História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
José Petrúcio de F. Junior, Ana Paula C. Castro, Igor Henrique P. de SousaPodemos pensar aqui em questões que possam otimizar a construção de situações deaprendizagem junto ao museu: que narrativa histórica o museu Ozildo Albano constrói ? Qualfoi o critério de seleção dos artefatos expostos? Quem são as pessoas envolvidas nesseprocesso de construção memorial e como estão representadas no museu Ozildo Albano? Quaisas intencionalidades por trás da exposição museológica? Há experiências político-culturaissilenciadas? Quais? Por quê?Convém lembrar que as peças que compõem o acervo do museu Ozildo Albano, sóestão nessa condição de acervo, por se tratar de um museu particular, sobretudo familiar. Afamília Albano, a partir de Ozildo Albano, assume para si a missão de resguardar essesobjetos, preservando-os para a posteridade. Em virtude disso, muitas famílias entregamseus objetos familiares aos cuidados da família Albano a fim de que suas lembranças nãosejam esquecidas.Esta característica do museu Ozildo Albano faz com que a construção do seu acervoseja um tanto peculiar, já que o acervo não foi/é constituído por objetos residuais identificadosem sítios arqueológicos, mas de objetos que voluntariamente são entregues, sob os cuidadosda família Albano, muitos dos quais são acolhidos ou recusados.No entanto, qualquer objeto pode funcionar como documento e mesmo odocumento de nascença pode fornecer informações jamais previstas em suaprogramação. Se, ao invés de usar uma caneta para escrever, lhe sãocolocadas questões sobre o que seus atributos informam relativamente à suamatéria-prima e respectivo processamento, à tecnologia e condições sociaisde fabricação, forma, função, significação, etc. - este objeto utilitário está sendoempregado como documento. (Observa-se, pois, que o documento sempre sedefine em relação a um terceiro, externo a seu contexto original) (MENESES,1994, p.21).Convém ressaltar que nós – intérpretes, público – a partir de nossas experiênciascotidianas e indagações, damos voz aos objetos musealizados. Ou seja, os objetos não ‘falam’por si mesmos, a não ser que os indaguemos. Nós é que os inserimos em uma narrativahistórica que permite questionar como a sociedade em que vivemos foi forjada.88
O Museu Ozildo Albano como espaço de práticas educativasIsso posto, o potencial educativo nos museus pode ser transformador às aulas deHistória, ainda marcadas por métodos tradicionais de cópia e reprodução de narrativas. Aoentrar em contato com as fontes históricas, oportunizamos aos estudantes vivenciar aalteridade das experiências humanas no tempo, a construir hipóteses e explicações sobre ouso de artefatos, enfim, a pensar o homem e suas ações, conforme as cirscunstâncias oudemandas de uma época e a refletir sobre certos condicionantes que influenciam aconstrução do discurso histórico, tais como: recursos persuasivos mobilizados, marcas deautoria e destinatários, indispensáveis à compreensão das intencionalidades inerentes àexposição museológica.Defendemos que o aperfeiçoamento das atividades educativas no museu surge comoinstrumento capaz de otimizar a atribuição de sentidos ao passado, possibilitando umacompreensão mais complexa sobre os processos históricos e as relações entre culturamaterial, homem e tempo.Ensino de História e Educação em Museus: caminhos para a interdisciplinaridadeComo dissemos anteriormente, a visita aos museus representa uma opção contra amanutenção do ensino de História tradicional, centrado, geralmente, na narrativa do livrodidático, memorizada pelo docente e pelos discentes, como parâmetro de avaliação nasdisciplinas escolares. O museu oportuniza um diálogo com as fontes históricas, o que tornao aluno protagonista de seu próprio processo de aprendizagem.Conceber o aluno como protagonista de seu próprio processo de aprendizagem requeruma formação docente comprometida mais com a construção de situações de aprendizagemdialógicas e interativas do que meramente conteudistas ou instrucionais.Além de reconhecer e dialogar com a alteridade das experiências humanas no tempoao indagar a ‘história’ que os objetos contam, os projetos pedagógicos idealizados a partirdos museus assumem um caráter interdisciplinar, desde que as situações de aprendizagemfomentem a interação dos conteúdos escolares com diferentes àreas do conhecimento e a89
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Isso posto, o potencial educativo nos museus pode ser transformador às aulas de
História, ainda marcadas por métodos tradicionais de cópia e reprodução de narrativas. Ao
entrar em contato com as fontes históricas, oportunizamos aos estudantes vivenciar a
alteridade das experiências humanas no tempo, a construir hipóteses e explicações sobre o
uso de artefatos, enfim, a pensar o homem e suas ações, conforme as cirscunstâncias ou
demandas de uma época e a refletir sobre certos condicionantes que influenciam a
construção do discurso histórico, tais como: recursos persuasivos mobilizados, marcas de
autoria e destinatários, indispensáveis à compreensão das intencionalidades inerentes à
exposição museológica.
Defendemos que o aperfeiçoamento das atividades educativas no museu surge como
instrumento capaz de otimizar a atribuição de sentidos ao passado, possibilitando uma
compreensão mais complexa sobre os processos históricos e as relações entre cultura
material, homem e tempo.
Ensino de História e Educação em Museus: caminhos para a interdisciplinaridade
Como dissemos anteriormente, a visita aos museus representa uma opção contra a
manutenção do ensino de História tradicional, centrado, geralmente, na narrativa do livro
didático, memorizada pelo docente e pelos discentes, como parâmetro de avaliação nas
disciplinas escolares. O museu oportuniza um diálogo com as fontes históricas, o que torna
o aluno protagonista de seu próprio processo de aprendizagem.
Conceber o aluno como protagonista de seu próprio processo de aprendizagem requer
uma formação docente comprometida mais com a construção de situações de aprendizagem
dialógicas e interativas do que meramente conteudistas ou instrucionais.
Além de reconhecer e dialogar com a alteridade das experiências humanas no tempo
ao indagar a ‘história’ que os objetos contam, os projetos pedagógicos idealizados a partir
dos museus assumem um caráter interdisciplinar, desde que as situações de aprendizagem
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