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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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O Museu Ozildo Albano como espaço de práticas educativas

histórias das memórias das famílias tradicionais da cidade, que, na tentativa de preservar traços

de seu passado, doaram peças de sua propriedade para compor o acervo do museu.

Logo, reiteramos que a construção de espaços culturais, como o Museu Ozildo Albano,

produz sempre uma narrativa intencional tanto sobre a história da cidade de Picos, numa

perspectiva micropolítica, quanto sobre a história do Piauí, numa perspectiva espacial maior.

Isso é perceptível no próprio nome do museu que consiste em uma homenagem ao seu

fundador, sujeito influente na sociedade picoense.

Nessa perspectiva, entende-se que a exposição museológica não pode ser interpretada

por aquele que o vê, como uma simples ilustração do passado tal como ocorreu, como se

produzisse uma ‘verdade’ pronta e acabada da ‘vida’ como fora, mas sim como uma

possibilidade de leitura ou uma versão sobre o passado. Os artefatos selecionados e

organizados nas quatro salas do museu contam uma história a partir de pontos de vista

particulares. Cabe ao público indagar sobre as intencionalidades e objetivos subjacentes à

exposição, tendo em vista os silêncios da narrativa museal.

Sob esse ponto de vista, pensar os museus como espaço pedagógico para a ensino de

história é saber relacionar os saberes dos alunos, produzidos por suas vivências, com o saber

histórico-científico. Como afirma Paulo Freire (1997), é preciso que o professor e a escola se

deem conta da importância do conhecimento prévio dos alunos, adquiridos pelas

experiências do cotidiano:

Por isso mesmo, pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à

escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,

sobretudo das classes mais populares, chegam a ela – saberes socialmente

construídos na prática comunitária- mas também, como há mais de trinta anos

venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses

saberes em relação com o ensino dos conteúdos (FREIRE, 1997, p. 15).

Dessa forma, a visita aos museus converte-se em uma excelente oportunidade para

indagar, junto aos alunos, os limites e possibilidades de construção de conhecimentos

históricos bem como os sentidos atribuídos ao passado a partir de interesses e necessidades

do presente.

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