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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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O Museu Ozildo Albano como espaço de práticas educativas

reconhecida por grande parte dos piauienses. Então, é interessante salientar que essa

memória veiculada pelo museu Ozildo Albano representa também a memória de grupos

sociais, e principalmente de famílias envolvidas com esse processo de rememoração do

passado recente. Ao levarmos os alunos a esse espaço, temos que evidenciar que a memória

fabricada não é absoluta ou isenta de questionamentos, dado que os objetos musealizados

resultaram de escolhas:

Atualmente, os debates sobre o papel educativo do museu afirmam que o

objetivo não é mais a celebração de personagens ou a classificação

enciclopédica da natureza, e sim a reflexão crítica. Se antes os objetos eram

contemplados, ou analisados, dentro da suposta “neutralidade científica”,

agora devem ser interpretados (RAMOS, 2004, p. 20).

Como se observa, o museu e seu acervo não são neutros, os objetos, quando

musealizados, passam a ser concebidos como fontes, sujeitos a questionamentos e

problematizações que contribuem para construção de uma consciência histórica a partir da

(re)leitura da narrativa museal. Como qualquer narrativa, as exposições museológicas

também são eivadas por intencionalidades e objetivos em consonância com as predileções

dos curadores:

[…] reflexões e questionamentos sobre as narrativas são muito relevantes, pois,

como implicam visões, memórias, objetos, entre outros, podemos levantar

perguntas e hipóteses, buscando analisar qual narrativa está presente nesse

espaço, quem está sendo representado, por que esse objeto está aqui e não em

outro local, de modo a levar o estudante a se socializar e buscar inquietações para

responder a tais levantamentos. Esse espaço é então pensado realmente como

potencial de ensino/aprendizagem, e não como mera ilustração da verdade pronta

e acabada ou a ilustração da realidade (CHICARELI; ROMEIRO, 2014, p.88 ).

Logo, a visita ao museu precisa estar inserida em uma situação de aprendizagem

construída pelo docente, no interior da qual se recomenda espaços para problematização da

memória fabricada pela narrativa museal; em outros termos, o aluno deve perceber que os

objetos expostos derivam de um processo de seleção, marcados por interesses, predileções

ou inclinações de quem os organizou, portanto as exposições, nos museus, não são neutras,

e, por isso, devem ser interpretadas. Isso posto, interpretar a narrativa museal “significa,

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