História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Elivaldo Serrão Custódio, Leandro de Freitas PantojaTendo em vista que esse processo é de tal modo complexo e caro, mas necessáriopara democratização da informação arquivística e preservação da memória nacional e local,o Estado tem a obrigatoriedade de fomentar e executar políticas públicas voltadas para aviabilização deste. Sendo assim, até o momento, não há nenhum projeto que se preocupe deforma mais detida com a conservação das fontes históricas de uma história tão vasta, masainda relativamente pouco conhecida.Para a construção do presente ensaio, são inicialmente feitas análises bibliográficas edocumental, bem como a análise do processo de digitalização dos documentos históricos eos problemas inerentes a esse tipo de suporte e as alternativas existentes para minimizá-los.Na sequência, discute-se a importância da digitalização desses documentos no que tange apreservação da memória amapaense, garantindo a proteção de documentos de valorpermanente. Com base na discussão, na análise e levantamento dos documentos presentesno museu histórico do Estado, identificam-se os fatores necessários para salvaguardar osdocumentos históricos do Amapá.Busca-se assim, a indicação da pertinência da criação de projetos voltados para aeducação patrimonial e preservação da memória cultural, por meio da digitalização dosdocumentos. Isso sem dúvida poderá contribuir de forma significativa para odesenvolvimento do Estado e para o enriquecimento de seu acervo histórico/cultural. Diantedeste contexto, acreditamos que o poder público e a sociedade terão a oportunidade deconhecer a história até então não divulgada, garantindo ao povo amapaense a possibilidadede se identificar, entender e valorizar sua herança cultural.Conceitos fundamentais para a preservação do patrimônio culturalPor muito tempo a história de um dado lugar ou povo era quase sempre escrita peloolhar limitado. Em grande medida motivado pela restrita noção positivista de documentohistórico e/ou por uma determinada classe ou grupo social privilegiado, ignorando oudeixando de lado (quase sempre) a experiência histórica das “classes de baixo” (populares)720
Digitalização de documentos históricos no Amapá: uma alternativa de preservação...com sua interessante, mas não menos importante, “história vista de baixo” (History FromBelow) (SHARPE, 1992). Daí a necessidade, evocando a velha, mas revolucionária lição dofrancês Marc Bloch sobre o ofício do historiador, de se analisar os documentos históricos comum olhar epistemológico mais acurado e criterioso. A problematização metódica dodocumento é um caminho nessa direção.Sendo o Brasil um país pluricultural e de dimensões geográficas continentais, para quecada região mantenha viva a história de seu povo e com ela se identifique e relacione, cadaEstado deve buscar viabilizar e desenvolver ações educativas voltadas ao reconhecimento,valorização e preservação de sua cultura local e patrimônio, seja este material ou imaterial;pois todos estes elementos compõem, a rigor, a história de cada região. Quer dizer, sãoelementos de processos próprios de formação e desenvolvimento. Para a sociedadecompreender de fato a importância de se preservar o patrimônio histórico e cultural que dásentido e inteligibilidade a gênese e a história de um povo, é mister que se estimule aconscientização histórica cidadã.Além disso, esta conscientização histórica deve ser facultada e desenvolvida noindivíduo tão logo desde a sua tenra infância, pois quando incorporada na base de suaformação humana, influenciará sobremodo na construção de seus elos e contornosidentitários. Assim,Identidades, por sua vez, constituem fontes de significado para os própriosatores, por eles originadas, e construídas por meio de um processo deindividualização. Embora, [...], as identidades também possam ser formadas apartir de instituições dominantes, somente assumem tal condição quando e seos atores sociais a internacionalizam, construindo seu significado com basenessa internacionalização (CASTELLS, 2002, p. 23).É importante que se entenda que, na contemporaneidade, a identidade passa por umprocesso de crise e conflito que a faz fragmentar-se, tornando-a provisória, instável eoscilante. Com base em Hall (2013, p. 273-291), isso ocorre porque as constantes mudançasestruturais e institucionais, somadas as influências trazidas de contextos alheios de “fora”leva o indivíduo a perder sua “[...] identidade fixa [...]”. Este passa a ter a dinâmica de “[...]721
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Digitalização de documentos históricos no Amapá: uma alternativa de preservação...
com sua interessante, mas não menos importante, “história vista de baixo” (History From
Below) (SHARPE, 1992). Daí a necessidade, evocando a velha, mas revolucionária lição do
francês Marc Bloch sobre o ofício do historiador, de se analisar os documentos históricos com
um olhar epistemológico mais acurado e criterioso. A problematização metódica do
documento é um caminho nessa direção.
Sendo o Brasil um país pluricultural e de dimensões geográficas continentais, para que
cada região mantenha viva a história de seu povo e com ela se identifique e relacione, cada
Estado deve buscar viabilizar e desenvolver ações educativas voltadas ao reconhecimento,
valorização e preservação de sua cultura local e patrimônio, seja este material ou imaterial;
pois todos estes elementos compõem, a rigor, a história de cada região. Quer dizer, são
elementos de processos próprios de formação e desenvolvimento. Para a sociedade
compreender de fato a importância de se preservar o patrimônio histórico e cultural que dá
sentido e inteligibilidade a gênese e a história de um povo, é mister que se estimule a
conscientização histórica cidadã.
Além disso, esta conscientização histórica deve ser facultada e desenvolvida no
indivíduo tão logo desde a sua tenra infância, pois quando incorporada na base de sua
formação humana, influenciará sobremodo na construção de seus elos e contornos
identitários. Assim,
Identidades, por sua vez, constituem fontes de significado para os próprios
atores, por eles originadas, e construídas por meio de um processo de
individualização. Embora, [...], as identidades também possam ser formadas a
partir de instituições dominantes, somente assumem tal condição quando e se
os atores sociais a internacionalizam, construindo seu significado com base
nessa internacionalização (CASTELLS, 2002, p. 23).
É importante que se entenda que, na contemporaneidade, a identidade passa por um
processo de crise e conflito que a faz fragmentar-se, tornando-a provisória, instável e
oscilante. Com base em Hall (2013, p. 273-291), isso ocorre porque as constantes mudanças
estruturais e institucionais, somadas as influências trazidas de contextos alheios de “fora”
leva o indivíduo a perder sua “[...] identidade fixa [...]”. Este passa a ter a dinâmica de “[...]
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