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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Objetos, corpos e espaços patrimoniais no ensino da História da América Colonial

Uma mudança no ensino de história exige transformações na maneira de pensar sobre

ela. Nesse caso, pensamos em uma história que torne os sujeitos visíveis, tanto no passado

quanto no presente. O conceito de alteridade tem sido um eixo para o ensino da história

americana nas nossas experiências docentes (ainda que diversas entre si). Partindo dele é

possível trabalhar na reflexão crítica sobre estereótipos e pensar as categorias identitárias

que já conhecemos (por estar incorporadas no senso comum) com um olhar histórico.

Todos nós, enquanto seres culturais, interagimos constantemente com objetos e

interpretamos contextos diferentes que dão sentido a nossas ações. No entanto, nossa

estreita relação com objetos os torna quase invisíveis. O museu é um espaço de experiências,

esse é o seu potencial. O caráter performativo do espaço do museu serve-nos para refletir

não só sobre os objetos e a história neles, senão também sobre nós, a nossa corporalidade e

as identidades, num senso social.

Este espaço de aprendizagem é capaz de deslocar o pensamento dos textos aos

objetos, da universidade a outros espaços, do escrito até a materialidade e vice-versa. “O

fundamental é funcionar como parâmetro para abrir visibilidades aos objetos e, por sua vez,

trazer ao conhecimento da nossa própria historicidade” (RAMOS, 2004, p. 27). Um primeiro

passo é pensar sobre a historicidade dos objetos, mas um segundo passo é passar de objetos

aos assuntos. “Aprender a refletir a partir da cultura material em sua dimensão de experiência

gerada socialmente” (RAMOS, 2004, p. 28).

A experiência do museu nos coloca ante a nossa própria materialidade e, desde lá, nos

convida a participar. Essas características têm um grande potencial para refletir acerca das

coisas que, de tão próximas, tornam-se invisíveis. Se trata de fazer o percurso pensando o

ensino de história no museu e de volta à sala de aula, para dirigir o olhar ao cotidiano.

A história da América colonial se encontra, muitas vezes, nessa situação. É uma

história muito presente no cotidiano, nos nomes das cidades e espaços que transitamos dia

a dia, nas identidades e, também, nas nossas corporalidades. É preciso pensar identidades e

corpos historicamente, tomar consciência da construção de termos e conceitos através do

tempo.

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