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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Objetos, corpos e espaços patrimoniais no ensino da História da América Colonial

A corporeidade no ensino de História da América colonial

Analisar as categorias e os sujeitos é uma aproximação possível para orientar as

leituras sobre a história americana, olhando para a formação de estudantes (SARMIENTO,

2017). Trata- se de uma estratégia docente que implica perguntar, para cada situação, quem

são os sujeitos envolvidos, de que forma eles são nomeados e qual é o contexto em que essa

relação ganha sentido. Além disso, promove o desenvolvimento da leitura crítica,

diferenciando categorias históricas (utilizadas nos documentos da época) e categorias

analíticas (próprias dos pesquisadores). Essas perspectivas são chamadas na antropologia

como etic, quando se trata das categorias do pesquisador, e emic, quando procuramos utilizar

as categorias próprias dos atores. Essa diferenciação serve para gerar um exercício de

reflexividade. Nas palavras do Javier Fernández Sebastián,

distanciarse de uno mismo y distanciar al lector de sus propias

preconcepciones es una condición necesaria para formar una visión del

pasado más refinada, que tome en serio su alteridad; una visión que en lugar

de confirmar los prejuicios del tiempo en el que vive, fortalezca su conciencia

de historicidad (FERNÁNDEZ SEBASTIÁN, 2015, p. 41).

A história da América colonial tem a particularidade de ter originado uma diversidade

de categorias para nomear os grupos humanos, que são produto dos processos de conquista

e colonização. Nomear foi uma forma de criar o outro, defini-lo e, ao mesmo tempo, definir a

eles mesmos. Ao perguntar pelos sujeitos, é importante pensar quem coloca o nome, com

quais intenções e em qual contexto. As categorias identitárias emergem no contexto de uma

relação e tem seus conteúdos particulares a partir dela.

Desde a antropologia, dedicada ao estudo do outro cultural, o conceito de alteridade

tem sido de utilidade para a abordagem das categorias identitárias. Ela se refere ao tipo

particular de diferença que distingue grupos humanos, como identidades coletivas, que são

resultado de processos históricos. A destacar a importância da alteridade neste processo,

Esteban Krotz afirma que:

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