10.08.2021 Views

História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Alexandre Rodrigues de Souza, Jacqueline Sarmiento

Ao encontro da história

A experiência humana é holística. No entanto, nossa visão de mundo, formalizada

através das instituições educativas, nos ensina uma maneira de pensar de maneira

fragmentada: ciências sociais, ciências naturais, linguagem, matemática (em um nível de

abstração que é difícil de tocar com a vida cotidiana, fora da escola). Essa segmentação está

inscrita em um sistema de pensamento predominante, o científico ocidental, que divide as

esferas do conhecimento em disciplinas (cada uma com seu próprio objeto de estudo e sua

própria metodologia). Além da segmentação, esse sistema de pensamento é hierárquico

(algumas disciplinas têm mais autoridade que outras) e eurocêntrico (tem origem na Europa

com o Iluminismo - século XVIII-).

Quanto à história, como disciplina do conhecimento, sua definição tradicional coloca seu

objeto de estudo no passado, sendo a sua metodologia a análise de registros escritos. A visão

mais tradicional vincula a história com documentos, ou seja, os textos escritos que são evidência

do passado. Embora seja uma visão restringida da história, muito superada no âmbito da

pesquisa histórica, persiste no sentido comum e se perpetua fortemente na visão escolar.

Por outro lado, na formação de estudantes de história, é muito frequente encontrar a

ideia de que a história está nos livros e, particularmente, nos documentos. Embora isso tenha

muito a ver com a visão disciplinar dos historiadores, é, antes disso, um problema particular

do ensino da história. Conforme destacado por André Limírio Chaves y René Lommez Gomes,

“las prácticas pedagógicas tradicionales utilizan un volumen muy restringido de estrategias

que reducen las experiencias de percepción del paso del tiempo, de la construcción de la

memoria y de las transformaciones históricas a prácticas textuales de lectura y escritura”

(CHAVES; GOMES, 2019, p. 113). Os autores argumentam que frequentemente as imagens

são tratadas só como ilustrações, sem orientar aos alunos a compreender as construções

discursivas que é preciso interpretar, deixando os alunos num papel de observadores

passivos. Ainda tem a consequência de fazer a disciplina “chata” para aqueles que não são

inclinados aos textos. Os autores fazem uma proposta: “Una posibilidad de remediar la

702

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!