História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Luiz Tadeu da Costa, Débora Cristiane B. Nascimento, Mailane Maíra M. SampaioUm espaço de grande importância existente no Colégio Gentil Bittencourt é a suacapela, que tem uma relação direta com o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Inscrito no Livrodas Celebrações do IPHAN, no ano de 2004, este Patrimônio Cultural Imaterial refere-se nãoapenas a uma romaria, mas a um conjunto de rituais religiosos devotados à Nossa Senhorade Nazaré, padroeira da Amazônia. O Círio acontece na primeira quinzena do mês de outubro,ou no período da quadra nazarena, como é popularmente conhecido.De acordo com o Dossiê do Círio (IPHAN, 2006), a imagem peregrina de Nossa Senhorade Nazaré é levada ao CGB em cortejo conhecido como moto-romaria, partindo da praçaPedro Teixeira, após uma missa celebrada dentro da capela e outra missa campal celebradana frente do colégio a imagem peregrina segue seu percurso, saindo por volta das 18 horasem romaria conhecida como Trasladação, com destino à Igreja da Sé. Este percurso antecedea romaria principal, o Círio, que acontece no segundo domingo de outubro.A referida imagem peregrina foi inserida no Círio de Nazaré no ano de 1969, comoparte de uma série de transformações que foram ocorrendo ao longo da segunda metade doSéc. XX, a fim de atender novas demandas, como a criação de muitas romarias queantecedem a romaria principal. Entretanto, antes dessas transformações, principalmente emnúmero de romarias, a imagem que participou do Círio foi inicialmente a imagem “original”,conhecida como a imagem “do achado” pelo caboclo Plácido, que atualmente fica no espaçodesignado como “glória” no altar-mor da Basílica Santuário. Posteriormente por volta do anode 1926, a imagem que hoje fica na Capela do Colégio Gentil Bittencourt foi a que participoudo Círio até o ano de 1968.É importante ressaltar como o CGB por meio de seus bens materiais vai seentrelaçando ao Círio de Nazaré, construindo em paralelo um patrimônio imaterial quemerece atenção e estudos. Todavia, mesmo a instituição estando integrada aos festejos doCírio, Costa e Fraiha (2018) chamam atenção para o fato de que a imagem que está atualmentena capela, não faz mais parte da programação nazarena, porém é uma informação poucodifundida, mantendo assim a crença no imaginário popular de que a imagem peregrina éhospedada no Colégio Gentil Bittencourt no decorrer do ano.674
Uma cartografia de público no Colégio Gentil Bittencourt: vivências do Círio...Neste contexto, cabe salientar o lugar de “objeto vivo” (STRÖM, 2019) que possui;crença anualmente reiterada pelos devotos e participantes do Círio, sendo relevante para osrituais (as súplicas de intercessão ao Divino), mas que não carrega em si uma “qualidadedivina”, como a imagem original possui.Como podemos ver, o Colégio Gentil Bittencourt é uma instituição para além daeducação formal. O colégio abriga também espaços museais como a já citada Capela, alémde um Memorial e um Museu, e é a percepção sobre estes que será apresentada neste estudo,desenvolvido por meio de questionários dirigidos às funcionárias e aos funcionários doquadro permanente e do quadro terceirizado que trabalham no colégio. Este estudo éresultado do processo de pesquisa que foi desenvolvida durante a disciplina de Laboratóriode Estudos de Público no curso de bacharelado em Museologia da Universidade Federal doPará, ministrada pelo Professor M.Sc. Tadeu Costa, no período de setembro a dezembro de2018.MetodologiaAs atividades relativas à pesquisa foram discutidas durante as aulas expositivas. Todaa proposta relacionada à coleta de dados foi desenvolvida nas dependências do ColégioGentil Bittencourt. Alguns questionários foram enviados por e-mail para que as funcionáriase os funcionários terceirizadas e terceirizados pudessem respondê-lo, o que não ocorreu. Aanálise dos dados, referenciais teóricos, entre outras questões foram concluídas no final dosegundo semestre de 2018.As ações foram executadas conforme o planejamento original, assim como foramincluídas novas atividades a partir das pesquisas desenvolvidas. Essa investigação centra-sesobre estudos acerca de museus e patrimônios materiais que estão presentes nasdependências da instituição, assim como o patrimônio imaterial do qual o Colégio faz parte.Por meio de questionário desenvolvido exclusivamente para o público alvo, buscou-se675
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Luiz Tadeu da Costa, Débora Cristiane B. Nascimento, Mailane Maíra M. Sampaio
Um espaço de grande importância existente no Colégio Gentil Bittencourt é a sua
capela, que tem uma relação direta com o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Inscrito no Livro
das Celebrações do IPHAN, no ano de 2004, este Patrimônio Cultural Imaterial refere-se não
apenas a uma romaria, mas a um conjunto de rituais religiosos devotados à Nossa Senhora
de Nazaré, padroeira da Amazônia. O Círio acontece na primeira quinzena do mês de outubro,
ou no período da quadra nazarena, como é popularmente conhecido.
De acordo com o Dossiê do Círio (IPHAN, 2006), a imagem peregrina de Nossa Senhora
de Nazaré é levada ao CGB em cortejo conhecido como moto-romaria, partindo da praça
Pedro Teixeira, após uma missa celebrada dentro da capela e outra missa campal celebrada
na frente do colégio a imagem peregrina segue seu percurso, saindo por volta das 18 horas
em romaria conhecida como Trasladação, com destino à Igreja da Sé. Este percurso antecede
a romaria principal, o Círio, que acontece no segundo domingo de outubro.
A referida imagem peregrina foi inserida no Círio de Nazaré no ano de 1969, como
parte de uma série de transformações que foram ocorrendo ao longo da segunda metade do
Séc. XX, a fim de atender novas demandas, como a criação de muitas romarias que
antecedem a romaria principal. Entretanto, antes dessas transformações, principalmente em
número de romarias, a imagem que participou do Círio foi inicialmente a imagem “original”,
conhecida como a imagem “do achado” pelo caboclo Plácido, que atualmente fica no espaço
designado como “glória” no altar-mor da Basílica Santuário. Posteriormente por volta do ano
de 1926, a imagem que hoje fica na Capela do Colégio Gentil Bittencourt foi a que participou
do Círio até o ano de 1968.
É importante ressaltar como o CGB por meio de seus bens materiais vai se
entrelaçando ao Círio de Nazaré, construindo em paralelo um patrimônio imaterial que
merece atenção e estudos. Todavia, mesmo a instituição estando integrada aos festejos do
Círio, Costa e Fraiha (2018) chamam atenção para o fato de que a imagem que está atualmente
na capela, não faz mais parte da programação nazarena, porém é uma informação pouco
difundida, mantendo assim a crença no imaginário popular de que a imagem peregrina é
hospedada no Colégio Gentil Bittencourt no decorrer do ano.
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