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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Johny Santana de Araújo

atribuindo ao combate uma visão quase santificada pelos esforços de homens e mulheres

para expulsar os portugueses. 4

Na segunda metade do século XX, outros autores continuaram a elaborar a partir de

uma pesquisa histórica a mesma tentativa de alocar a importância do Piauí nesse processo.

Durante o regime militar, especificamente durante o governo de Alberto Silva, um amplo

programa de enaltecimento da memória da batalha foi trabalhado com a construção de um

monumento e com a preservação do campo onde se encontra enterrado os restos mortais

dos combatentes. 5

A data passou a ser enaltecida por um forte teor místico e simbólico cujo significado

cabe estudos profundos a partir de uma perspectiva interdisciplinar de outros autores. No

aniversário da batalha são realizadas encenações em frente ao monumento e uma cerimônia

de condecoração de autoridades com a Ordem Estadual do Mérito Renascença pelo governo

do Estado e da Medalha do Mérito Heróis do Jenipapo pela municipalidade da cidade de

Campo Maior.

O monumento da Batalha do Jenipapo é uma construção obeliscal erguida ao lado do

cemitério dos mortos da Batalha do Jenipapo Em 1923, após o centenário da batalha, o

Prefeito de Campo Maior, Luís Rodrigues de Miranda, em concordância com o Conselho

Municipal, determinaram a construção do primeiro marco, junto ao cemitério um pequeno

obelisco, cuja frente indicava para o local por onde tinham chegado as tropas portuguesas e

onde teria ocorrido a batalha (CARVALHO, 2014, p.92)

Na década de 1970, estudantes, intelectuais, jornalistas, da cidade de Campo Maior já

reivindicava do governo uma política de revalorização do espaço da batalha (LIMA, 1995, p.

82). Essas reivindicações foram absorvidas pelo então governador Alberto Silva (1971-1975),

e com as comemorações do sesquicentenário da Independência, em 1972, os militares

investiram na construção ideológica de uma “memória histórica sobre a Independência”

4

Sobre a independência no Piauí, ver: Brandão (1959); Brito (1973); Chaves (2005); Nunes (2007). E estudos mais

atuais: Araújo (2015); Dias (1999).

5

Sobre o governo de Alberto Silva, ver: Fontineles (2015).

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