História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Helena Doris de Almeida Barbosa, Natália Andrielly Trindade AlfaiaConclusõesA história da constituição da Amazônia como espaço social é uma trajetória que vemsendo construída a partir da relação indivíduos versus ambiente natural :um processomarcado por percepções, adequações, dominações, usos e conflitos, e que tem sidoresponsável por produções culturais diferenciadas e, ao mesmo tempo, integradas. Partedessa produção se concentra nos museus da região, que retratam não apenas a culturamaterial local, mas também a cultura imaterial. No entanto, a realidade de descaso com osmuseus regionais e a falta de políticas públicas direcionadas ao patrimônio se apresentamcomo os principais desafios enfrentados pelos gestores e profissionais dessas instituições epela sociedade civil para a manutenção desses espaços, tanto em relação aos recursos quantoàs ações de educação patrimonial e inserção social na gestão dos museus.As diferenças regionais e o avanço tecnológico que, na maioria das vezes, imputamdistâncias maiores entre as realidades brasileiras, reforçam a emergência de ideiasinovadoras para superar as dificuldades apresentadas. Nesse contexto, além de organizar,conservar, expor e divulgar um acervo sobre a história da religiosidade de Belém, o Museude Arte Sacra se reinventa na tentativa de se manter como espaço de memória e reflexão, ede desenvolver, nos visitantes, o sentimento de pertencimento à essa memória.Os técnicos patrimoniais e turismólogos, bem como todos os profissionais que têm acultura como objeto de atuação também precisam superar esses desafios por meio dainovação, de tal modo que seja possível compreender o museu não mais sob a ótica de umasubjetividade individualizada, senão como produto de ações socialmente construídas egeradoras de cidadãos participativos; compreendê-los como espaços em que os indivíduospossam construir e reelaborar seus conhecimentos, valores, representações e identidades,equilibrando assim as distâncias e as diferenças sociais.Apesar das dificuldades, os museus podem ser coadjuvantes à educação. Para tanto,devem estar estruturados a fim de facilitar a comunicação com o público, sendo maisacessível a todos: como exemplo positivo, destacam-se as atividades de monitoria/visitas638
A educação patrimonial no Museu de Arte Sacra de Belém (PA): realidade e perspectivas...guiadas, que têm viabilizado o potencial pedagógico dos museus. As ações nessa áreaprecisam estar pautadas pela transdisciplinaridade, pois os museus são campos de vivênciasprofissionais para diferentes áreas de atuação, consolidando a perspectiva da educaçãopatrimonial transversal e inclusiva.Diretamente ligada à educação patrimonial está a reponsabilidade dos museus em criarvínculos identitários entre os sujeitos e a preservação patrimonial. Entretanto, atualmente opatrimônio e, sobretudo, a educação estão passando por um momento de intensadesvalorização, embora seja por meio da cultura material deixada durante vários processosde encontros e desencontros que se pode narrar o passado da cidade e de sua população.Uma alternativa ao descaso é buscar possibilidades diversificadas de atuação e modalidadesdiferenciadas de espaços museais, que busquem não somente ea inserção social, comotambém o resgate e a valorização da cultura, fazendo do indivíduo um sujeito ativo de suahistória social, cidadão de fato, responsável pela construção de uma sociedade cultural eambientalmente sustentável.Os museus possuem mais funcionalidades e papeis sociais além das exposiçõesautoguiadas ou monitoradas, são também palco de interação contínua consigo, com o“outro” e com o meio, no contexto das relações sociais. Portanto, os museus devem termodelos que sejam pautados no compartilhamento de responsabilidades, que repensemseus caminhos sob novos olhares e estejam abertos à criatividade dos profissionais que nelesatuam ou possam vir a atuar, tais quais os museus da região amazônica.Nesse contexto está o MAS, que mantém intensas atividades de educação patrimonialdesde sua inauguração: são vinte e três anos de ações educativas direcionadas não apenas aescolas, mas também à comunidade local e a turistas. O Museu de Arte Sacra de Belém, assimcomo todos os museus, é vetor de conhecimentos e por meio dele cria-se uma rede devalorização do patrimônio material regional – refletir sobre esse campo é refletir diretamentesobre o futuro do pretérito.639
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Helena Doris de Almeida Barbosa, Natália Andrielly Trindade Alfaia
Conclusões
A história da constituição da Amazônia como espaço social é uma trajetória que vem
sendo construída a partir da relação indivíduos versus ambiente natural :um processo
marcado por percepções, adequações, dominações, usos e conflitos, e que tem sido
responsável por produções culturais diferenciadas e, ao mesmo tempo, integradas. Parte
dessa produção se concentra nos museus da região, que retratam não apenas a cultura
material local, mas também a cultura imaterial. No entanto, a realidade de descaso com os
museus regionais e a falta de políticas públicas direcionadas ao patrimônio se apresentam
como os principais desafios enfrentados pelos gestores e profissionais dessas instituições e
pela sociedade civil para a manutenção desses espaços, tanto em relação aos recursos quanto
às ações de educação patrimonial e inserção social na gestão dos museus.
As diferenças regionais e o avanço tecnológico que, na maioria das vezes, imputam
distâncias maiores entre as realidades brasileiras, reforçam a emergência de ideias
inovadoras para superar as dificuldades apresentadas. Nesse contexto, além de organizar,
conservar, expor e divulgar um acervo sobre a história da religiosidade de Belém, o Museu
de Arte Sacra se reinventa na tentativa de se manter como espaço de memória e reflexão, e
de desenvolver, nos visitantes, o sentimento de pertencimento à essa memória.
Os técnicos patrimoniais e turismólogos, bem como todos os profissionais que têm a
cultura como objeto de atuação também precisam superar esses desafios por meio da
inovação, de tal modo que seja possível compreender o museu não mais sob a ótica de uma
subjetividade individualizada, senão como produto de ações socialmente construídas e
geradoras de cidadãos participativos; compreendê-los como espaços em que os indivíduos
possam construir e reelaborar seus conhecimentos, valores, representações e identidades,
equilibrando assim as distâncias e as diferenças sociais.
Apesar das dificuldades, os museus podem ser coadjuvantes à educação. Para tanto,
devem estar estruturados a fim de facilitar a comunicação com o público, sendo mais
acessível a todos: como exemplo positivo, destacam-se as atividades de monitoria/visitas
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