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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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A educação patrimonial no Museu de Arte Sacra de Belém (PA): realidade e perspectivas...

museus passam a ter um papel social que extrapola as coleções e exposições, passam a ter

a função social de mediadores entre o indivíduo e o mundo, levando o primeiro a se tornar

um ser reflexivo e ativo, capaz de agir e modificar o seu meio a partir do acervo museal, ou

seja, do objeto, reforçando assim o que Cozza (2000) denomina de função pedagógica.

Essas vertentes evidenciam a trajetória das concepções e papeis que os museus

assumiram ao longo de sua existência. No entanto, o conceito que se tem hoje desses espaços

é fruto do humanismo do Renascimento, do Iluminismo do século XVIII e da democracia do

século XIX (BRUNO, 2006). De acordo com Carvalho (2008), a partir da década de 1970, os

museus tornam-se pluralistas e se conectam a múltiplas realidades, em uma perspectiva

dialética, abrindo-se às minorias.

Por outro lado, Poulot (2018, p. 132), com uma percepção mais crítica, declara que “ [...]

o museu manteve sempre e em todas as partes laços estreitos com a glorificação política”.

Segundo a autora, em uma perspectiva histórica, os museus, a partir da década de 1970,

começam a ser analisados de acordo com sua possibilidade ou não de minimizar as lacunas

da formação escolar, apesar de manter, ao longo desse processo, um forte vínculo com a

transmissão da “glória francesa”, o que se estende até o século XX. Percebe-se que, no

decorrer dos séculos, o papel dos museus vem sendo em muito reconfigurado.

E isso por transitarem em torno dele questões relativas a ideologias, poder, política,

cultura e desterritorialização cultural:

Os museus se veem cada vez mais como ‘museus vivos’, isto é, suas funções

e responsabilidades vão além da estrita conservação de coleções, para se

inserir no social através de associações, apresentações eruditas, atividades

culturais de todo tipo. Eles integram sua própria história [...] (POULOT, 2018,

p. 149).

Cândido e Telles (2018, p. 191), ao abordarem “[...] o lado perverso dos museus [...]”,

enfatizam que a histórica desses espaços é marcada pela aquisição e seleção de acervos por

meio de ação predatória. Esses mesmos autores destacam, portanto, a necessidade de uma

prática transformadora desse processo, a partir de uma atuação pautada pela alteridade.

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