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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Helena Doris de Almeida Barbosa, Natália Andrielly Trindade Alfaia

enfatiza os museus europeus desde a fase de meros gabinetes de curiosidades, no século

XVI, até adotar o caráter mais cientificista de formação das coleções – quanto nacional.

Em relação aos estudos brasileiros, destacam-se Machado (2010), com uma descrição

da história dos museus nacionais a partir do século XIX; Schwarcz (2013), e sua análise dos

museus de etnografia no Brasil; e Gruzman e Siqueira (2007), que descrevem o papel social

dos museus a partir de seu surgimento. Simonian (2017, p. 132), ao analisar o acervo

museológico dos museus regionais, enfatiza que, apesar das dinâmicas e crescimento no

exterior, a criação de museus na Pan-Amazônia não é um processo recente, pelo contrário,

os museus “[...] remontam à segunda metade do século XIX”. No entanto, para contextualizar

a compreensão do surgimento dos museus, utilizar-se-á como suporte teórico Julião (2006) e

a retrospectiva mais abrangente por ele elaborada.

Pode-se afirmar que os museus têm sua origem pautada em três vertentes. A primeira

delas é denominada de vertente mitológica, a qual postula que a origem está relacionada ao

Museion grego, também conhecido como Templo das Musas, edificado em homenagem às

nove filhas de Zeus com Mnemosine (deusa da memória). Na realidade, esse espaço na

Antiguidade funcionava mais como centro de produção artística e intelectual, ao qual tinham

acesso eruditos e nobres.

A segunda é a vertente enciclopédica, quando o hábito de colecionar torna-se “moda”

e leva à acumulação desordenada de acervos constituídos com peças oriundas das colônias

americanas e africanas. Pautada no princípio do generalismo do acúmulo de peças, essa

vertente tinha como foco a peça e não o seu significado contextual. Essa prática deu origem

aos chamados “gabinetes de curiosidade”, responsáveis, no dizer de Melo Neto (1988), pela

concepção deturpada do senso comum de que museu é um lugar onde se guarda de tudo. A

partir dessa perspectiva, tem-se o embrião dos princípios museológicos.

A terceira vertente, conhecida como institucional, é marcada pela vinculação dos

museus ao Estado. O museu então assume o papel de “[...] principal depositário de

documentos e objetos ligados a fatos históricos, saber científico ou produção artística”

(CASTRO, 2007, p. 3). Portanto, antes meros depósitos de objetos do passado, agora os

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