História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Monica Piccolo, Priscilla PiccoloAlém disso, o Cine Passeio se destacou dos demais por ter sido o primeiro a fazerinvestimentos em sua estrutura, de modo que foi o primeiro a utilizar ar condicionado emsuas salas, aumentando assim, o seu público. É importante destacar que a região central dacidade também abrigava outros cinemas muito frequentados à época como o Cine Roxy, oCine Éden, o Cine Rex, o Cine Monte Castelo, o Cine Colossal e o Cinema Rialto. Após encerraras atividades, o Cine Passeio deu lugar ao funcionamento de lojas de calçado, sendolembrado somente pelos seus frequentadores enquanto esteve em funcionamento. Assim, apreservação da memória de um dos locais mais frequentados entre as décadas de 1970 e 1990se faz necessária.E, por fim, o último exemplo aqui apresentado será o do Engenho de Açúcar 4 . Situadono município de Bacabeira, pertencia originalmente à família “Rocha”, que era responsávelpelos festejos locais. A partir das pesquisas realizadas sobre este sitio, é considerado aquicomo patrimônio fantasma, pois após o falecimento das irmãs “Rocha” o terreno do engenhofoi ocupado pela população local, o que demonstra uma integração entre este bem e acomunidade, mesmo que não seja delimitado territorialmente na atualidade como nomomento de sua origem. No passado, então freguesia de Periz de Cima era comarca domunicípio de Rosário, haja vista que a região se desvincula do município mencionado quandoda criação de Bacabeira em 1994. O Engenho de Periz de Cima era composto por Casa grande,senzala e a capela Nossa Senhora da Conceição, além de inúmeros negros escravizados.O Engenho pertencia a uma família portuguesa, “os Rocha”, que se responsabilizavampelos festejos locais. Os nomes mais notórios da família são Rita Rocha, Ana Rocha eClementina Rocha que vêm de Portugal para habitar o lugar, após o Engenho falir. Além dasirmãs Rocha os negros que haviam sido escravizados permaneceram no lugar. As irmãsentão, segundo narração de D. Zima citada em artigo de Andréa Gonçalves (2015), passam acriar filhos de escravos libertos sendo D. Zima filha de uma dessas ex-escravas do local (D.4Biografia patrimonial elaborada pelos pesquisadores João Pedro Lemos Soeiro e Werbeth Serejo Beloe disponível em: http://patrimonios.proprietas.com.br/index.php/site/mapa_interativo .592
Patrimônios fantasmas no Maranhão: embates em torno da memória e da históriaRaimunda Baima Sousa). D. Zima é encarregada da santa da igreja local (Igreja NossaSenhora da Conceição) chegando a mencionar que aquela terra é da santa.Na atualidade a região é ponto de empreendimentos como a Refinaria Premium I, suaimplantação tem sido amplamente debatida por grupos de estudos locais já que há apossibilidade de expropriação das terras das famílias locais, interferindo, assim, na memóriaconstruída naquela região. No entanto, a instalação da refinaria Premium I não foi a primeiratentativa de expropriação das terras das famílias locais. Nos anos 1980 aquelas terras foramreivindicadas [...] “por uma mulher por nome Valentina, que alegava ser parente da famíliaRocha, e portanto, proprietária daquelas terras já com a pretensão de expulsar as famílias queresidissem na localidade” (GONÇALVES, 2015, p. 236).Além disso, é importante destacar o caráter histórico do patrimônio mencionadoanteriormente já que é uma das bases territoriais de formação do que hoje é o atual municípiode Bacabeira, pertencente até 1994 (ano de sua criação) à comarca de Rosário, o que acabapor atribuir especificidades históricas à região aqui estudada. Outrossim, a região que hojecompreende o povoado de Engenho é rica em manifestações culturais, como a festa doDivino, festejos do bumba-meu-boi local, sendo importante para a manutenção da memóriaque compreende a antiga região da comarca de Rosário.593
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Monica Piccolo, Priscilla Piccolo
Além disso, o Cine Passeio se destacou dos demais por ter sido o primeiro a fazer
investimentos em sua estrutura, de modo que foi o primeiro a utilizar ar condicionado em
suas salas, aumentando assim, o seu público. É importante destacar que a região central da
cidade também abrigava outros cinemas muito frequentados à época como o Cine Roxy, o
Cine Éden, o Cine Rex, o Cine Monte Castelo, o Cine Colossal e o Cinema Rialto. Após encerrar
as atividades, o Cine Passeio deu lugar ao funcionamento de lojas de calçado, sendo
lembrado somente pelos seus frequentadores enquanto esteve em funcionamento. Assim, a
preservação da memória de um dos locais mais frequentados entre as décadas de 1970 e 1990
se faz necessária.
E, por fim, o último exemplo aqui apresentado será o do Engenho de Açúcar 4 . Situado
no município de Bacabeira, pertencia originalmente à família “Rocha”, que era responsável
pelos festejos locais. A partir das pesquisas realizadas sobre este sitio, é considerado aqui
como patrimônio fantasma, pois após o falecimento das irmãs “Rocha” o terreno do engenho
foi ocupado pela população local, o que demonstra uma integração entre este bem e a
comunidade, mesmo que não seja delimitado territorialmente na atualidade como no
momento de sua origem. No passado, então freguesia de Periz de Cima era comarca do
município de Rosário, haja vista que a região se desvincula do município mencionado quando
da criação de Bacabeira em 1994. O Engenho de Periz de Cima era composto por Casa grande,
senzala e a capela Nossa Senhora da Conceição, além de inúmeros negros escravizados.
O Engenho pertencia a uma família portuguesa, “os Rocha”, que se responsabilizavam
pelos festejos locais. Os nomes mais notórios da família são Rita Rocha, Ana Rocha e
Clementina Rocha que vêm de Portugal para habitar o lugar, após o Engenho falir. Além das
irmãs Rocha os negros que haviam sido escravizados permaneceram no lugar. As irmãs
então, segundo narração de D. Zima citada em artigo de Andréa Gonçalves (2015), passam a
criar filhos de escravos libertos sendo D. Zima filha de uma dessas ex-escravas do local (D.
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Biografia patrimonial elaborada pelos pesquisadores João Pedro Lemos Soeiro e Werbeth Serejo Belo
e disponível em: http://patrimonios.proprietas.com.br/index.php/site/mapa_interativo .
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