História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Monica Piccolo, Priscilla PiccoloEste recurso didático permite que seja ensinada não só a história individual de cadapatrimônio, mas também a cultura local de cada comunidade pesquisada e que é passadapara cada morador através da educação dita informal, caracterizada pelo autor Fávero comoum:Processo permanente pelo qual qualquer pessoa adquire e acumulaconhecimentos, habilidades, atitudes e perspicácia, através de experiênciadiária e contato com o meio ambiente em casa, no trabalho e no lazer, atravésdo exemplo e das atitudes dos parentes e amigos; por meio de viagens, leiturasde jornais e livros; ou ouvindo rádio, vendo filmes e televisão (FÁVERO, 1980apud CAZELLI; VALENTE, 2019, p. 22).A partir-se da ideia de Godin e Gingras (2000, p. 44) citado no artigo de Cazelli e Valente(2019, p. 20) a cultura científica é vista como a [...] “expressão de todos os modos por meiodos quais indivíduos e sociedade se apropriam da ciência e da tecnologia”. O mapa interativopossibilita que através das novas tecnologias o conhecimento científico produzido possa serpublicizado. Este mapa funciona como uma espécie de museu virtual, destinadoprincipalmente ao público das regiões em que se encontram os patrimônios expostos. Oacesso é gratuito e permite que se conheça a história não só dos patrimônios de suaslocalidades, mas de regiões mais remotas, auxiliando na difusão e preservação da memóriacoletiva.O papel de um museu é informar, nutrir e ilustrar para os indivíduos o valor doconhecimento sobre seu passado e presente visando contribuir para seu futuro. Istopossibilita que com a educação não formal possa se direcionar [...] “a socialização doconhecimento historicamente produzido e organizados pelos indivíduos de formadiferenciada daquela realizada na escola” [...] (CAZELLI; VALENTE, 2019, p. 23), incentivandoassim o conhecimento de histórias e lendas locais.Na atualidade ainda se encontra um fosso entre o conteúdo disponibilizado pelosmuseus e os grupos sociais aos quais se destinam. “Ao contrário do que ocorre com oscentros e associações culturais, os museus continuam sendo instituições produtoras de elitespolíticas, espaços de poder distanciados da maioria da sociedade e ausentes em muitos588
Patrimônios fantasmas no Maranhão: embates em torno da memória e da históriaterritórios” (AVILÉS et al., 2017 apud CAZELLI; VALENTE, 2019, p. 30). Nesse sentido, um dosobjetivos centrais na criação e alimentação do mapa criado pela Rede é o de diminuir estefosso não só com o intuito de publicizar as memórias patrimoniais, mas também inserircomunidades locais na criação das exposições.As autoras Padró, López e Kivatinetz (2014) citadas na obra de Sardelich (2017)classificam a educação museal como tendências: canônica, instrutora, por descoberta,construtivista e reconstrutora. O mapa aqui apresentado se encaixa na tendênciareconstrutora, pois compreende a ação educativa do museu como um ato de dar poder aosvisitantes para reconstruir e reinventar a interpretação conferida aos patrimônios expostos.Essa tendência pretende enfatizar a interação entre diferentes culturas e os responsáveis porselecionar, publicizar e mediar ações questionando assim, que somente o museu não é capazde ser produtor de significados.A educação museal é vista como [...] “parte de um processo de formação humanaintegral, [...] focado no indivíduo e sua interação com a sociedade, que valoriza suas formasde fazer e viver a cultura, a política, a história” (CASTRO, 2017 apud CAZELLI; VALENTE,2019, p. 35). Este termo procura dar um novo direcionamento para a educação através dosmuseus e tem como foco a formação dos sujeitos e agentes na interação com o que éapresentado nestes espaços comprometendo-os e engajando-os com o processo históricocultural da sociedade. O museu é visto por Foucault (2009) como um lugar em queA ideia de tudo acumular, a ideia de construir uma espécie de arquivo geral, avontade de encerrar em um lugar todos os tempos, todas as épocas, todos osgostos, a ideia de constituir um lugar de todos os tempos que esteja ele própriofora do tempo e inacessível à sua agressão, o projeto de organizar assim umaespécie de acumulação perpétua e indefinida do tempo num lugar que nãomudaria, pois bem, tudo isso pertence à nossa modernidade. O museu e abiblioteca são heterotopias próprias à cultua ocidental do século XIX(FOCAULT, 2009 apud SARDELICH, 2017, p. 186).Já o autor Lara Filho (2012) destaca que o museu do século XXI é uma instituição quese produz a partir das demandas da contemporaneidade, privilegiando todos os polos –acervo, coleção e público - ao mesmo tempo se tornando um espaço relacional entre eles,589
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territórios” (AVILÉS et al., 2017 apud CAZELLI; VALENTE, 2019, p. 30). Nesse sentido, um dos
objetivos centrais na criação e alimentação do mapa criado pela Rede é o de diminuir este
fosso não só com o intuito de publicizar as memórias patrimoniais, mas também inserir
comunidades locais na criação das exposições.
As autoras Padró, López e Kivatinetz (2014) citadas na obra de Sardelich (2017)
classificam a educação museal como tendências: canônica, instrutora, por descoberta,
construtivista e reconstrutora. O mapa aqui apresentado se encaixa na tendência
reconstrutora, pois compreende a ação educativa do museu como um ato de dar poder aos
visitantes para reconstruir e reinventar a interpretação conferida aos patrimônios expostos.
Essa tendência pretende enfatizar a interação entre diferentes culturas e os responsáveis por
selecionar, publicizar e mediar ações questionando assim, que somente o museu não é capaz
de ser produtor de significados.
A educação museal é vista como [...] “parte de um processo de formação humana
integral, [...] focado no indivíduo e sua interação com a sociedade, que valoriza suas formas
de fazer e viver a cultura, a política, a história” (CASTRO, 2017 apud CAZELLI; VALENTE,
2019, p. 35). Este termo procura dar um novo direcionamento para a educação através dos
museus e tem como foco a formação dos sujeitos e agentes na interação com o que é
apresentado nestes espaços comprometendo-os e engajando-os com o processo histórico
cultural da sociedade. O museu é visto por Foucault (2009) como um lugar em que
A ideia de tudo acumular, a ideia de construir uma espécie de arquivo geral, a
vontade de encerrar em um lugar todos os tempos, todas as épocas, todos os
gostos, a ideia de constituir um lugar de todos os tempos que esteja ele próprio
fora do tempo e inacessível à sua agressão, o projeto de organizar assim uma
espécie de acumulação perpétua e indefinida do tempo num lugar que não
mudaria, pois bem, tudo isso pertence à nossa modernidade. O museu e a
biblioteca são heterotopias próprias à cultua ocidental do século XIX
(FOCAULT, 2009 apud SARDELICH, 2017, p. 186).
Já o autor Lara Filho (2012) destaca que o museu do século XXI é uma instituição que
se produz a partir das demandas da contemporaneidade, privilegiando todos os polos –
acervo, coleção e público - ao mesmo tempo se tornando um espaço relacional entre eles,
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