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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônios fantasmas no Maranhão: embates em torno da memória e da história

nossos patrimônios coletivos, mas eles também – mesmo que às avessas –

constroem uma linha de continuidade com o passado que está presente na

memória local, nas fotografias que são tiradas sobre aquele espaço, daquilo

que muitas vezes se diz: “Não existe mais”. Eles são fantasmas também

porque, ainda que alguns possam estar fisicamente inteiros, eles não

receberam a denominação de patrimônio, no sentido em que é conferido

oficialmente como um exemplo de bem coletivo. Eles podem ser apenas vistos

pelo poder público como algo sem valor, ainda que a comunidade reconheça

ali o seu lugar de integração e de pertencimento. Enquanto patrimônios

fantasmas, eles podem representar também o poder de resistir à amnésia

social sobre uma história local, sobre um espaço onde outrora existia, por

exemplo, um patrimônio fantasma imemorial, como uma dança que não é

identificada como bem coletivo (MOTTA, 2016).

Visando a publicização dos resultados das pesquisas realizadas por membros da Rede,

foi criado um mapa interativo no qual são publicadas biografias sobre patrimônios, coletados

por equipes formadas por alunos de graduação e pós-graduação de diferentes universidades

brasileiras e portuguesas, com o intuito de atribuir ao mapa a função de museu interativo

virtual, contribuindo, assim, para uma construção de uma educação não formal.

O processo de criação do mapa se divide em três partes. Na primeira uma equipe

composta, geralmente, por 2 ou 3 pesquisadores se desloca a bairros ou comunidades de

distintos municípios para conversar com moradores locais e fazer um mapeamento prévio

sobre patrimônios materiais, imateriais e fantasmas daquela região. No segundo estágio, a

partir das informações coletadas e levando em conta a opinião de cada morador, a equipe

seleciona os patrimônios de maior importância para aquela localidade e, a partir daí, começa

um processo de escrita e construção da biografia de cada patrimônio. Para isto são usados

documentos oficiais disponibilizados por prefeituras, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN) e por documentos e memórias fornecidos por moradores locais.

No terceiro e último estágio, as biografias construídas, juntamente a fotos antigas e atuais de

cada patrimônio coletado são enviadas a uma equipe que irá fazer o tratamento das imagens

e a padronização estrutural do texto para que seja publicado no mapa. Contribuindo, assim,

para a construção de uma cultura cientifica através da educação informal.

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