10.08.2021 Views

História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Patrimônios fantasmas no Maranhão: embates em torno da memória e da história

de seu início, isto é, de seus limites cronológicos? Qual o referencial para esta determinação

cronológica? Elementos históricos marcantes na trajetória coletiva do grupo do qual o

historiador faz parte ou encontra-se debruçado, ou, de uma outra forma, elementos

marcantes na trajetória individual do próprio historiador? Teria esta História do Tempo

Presente categorias específicas que lhe confeririam um estatuto singular no campo da

produção do conhecimento histórico?

A primeira observação que se faz necessária sobre esta demarcação cronológica dos

limites temporais desta História do Tempo Presente é sua extrema relatividade. Como

exemplo desta relatividade, podemos citar os posicionamentos de Serge Berstein, Daniéle

Voldman e Eric Hobsbawm. Enquanto aqueles tomam como referência o fim da II Guerra

Mundial e a inacessibilidade dos arquivos públicos (BERSTEIN, 1992, p. 53), respectivamente,

o historiador inglês toma como marco inicial da História do Tempo Presente o fim da guerra

da Argélia (HOBSBAWM, 1988, p. 243). Esta relatividade, então, acaba por proporcionar

mecanismos distintos de delimitação cronológica deste tempo presente que podem estar ou

não ligados à própria história vivida pelo historiador (PASSARINI, 1992, p. 59).

O segundo aspecto a ser destacado refere-se às categorias de inteligibilidade

temporais que seriam específicas da História do Tempo Presente. Ou, em outros termos, o

que garantiria à História do Tempo Presente um estatuto específico dentro do campo

histórico? Estas categorias passam, fundamentalmente, por um novo entendimento e, por

consequência, uma nova abordagem em torno de questões que já se encontravam presente

no métier historiográfico, mas que sofreram um profundo processo de exclusão e de

substituição pelas análises das longas durações, das estruturas e pelo predomínio da esfera

do econômico. Estas categorias específicas teriam, então, como principais referências: o

resgate de análises voltadas para uma valorização da noção de geração; o retorno da noção

de acontecimento; o desenvolvimento de uma história crítica da memória; a importância

conferida à história cultural e o desenvolvimento de uma abordagem que privilegie o retorno

da História Política na qual a esfera do político assume autonomia e dimensão próprias

(NORA, 1992, p. 51).

583

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!