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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônios fantasmas no Maranhão: embates em torno da memória e da história

Assim, este capítulo tem como objetivo central apresentar a importância de se estudar

sobre patrimônio, o projeto ligado à Rede PROPRIETAS e que vem sendo desenvolvido no

Maranhão e alguns de seus resultados realizados em diferentes municípios deste estado, de

maneira que o conceito de patrimônios fantasmas é o eixo norteador da investigação naquela

localidade e tomando como referência os distintos tipos de patrimônio: reconhecidos por

agências reguladoras e por grupos; pelos órgãos reguladores, mas que não possuem

legitimidade junto à população; pela população, mas que não alcançam legitimidade junto

aos órgãos reguladores; por um dado grupo e que reverbera junto aos órgãos reguladores.

Patrimônios como objetos de estudo para a História do tempo presente

A retórica de perda cultural, como a imputada as comunidades locais por projetos

governamentais de ressignificação de sua História e de sua memória, é um eficiente

mecanismo para assegurar a permanência de um bem a partir de um novo enquadramento

coeso, que é o do patrimônio cultural, uma vez que são recorrentemente (re)construídos

significados em volta de objetos e lugares. Assim, patrimônios em contínuos processos de

circulação e reconstrução, fazem com que suas biografias sejam de suma importância, pois

[...] “são variadas as referências na literatura antropológica a objetos que são subitamente

expropriados de seus locais e contextos originais e realocados em outros, adquirindo uma

roupagem construída em detrimento da anterior” (REIS, 2015, p. 24).

Na perspectiva aqui apresentada, torna-se pertinente rediscutir a produção das

memórias que tenderam a destruir práticas e autorias coletivas. Por conseguinte, quando

falamos de memória, devemos levar em conta que ela constrói uma linha reta com o passado,

se alimentando de lembranças vagas, contraditórias, sem nenhuma crítica às fontes que - em

tese - embasariam esta mesma memória. Ela é ainda, segundo Nora, “um fenômeno sempre

atual, um elo vivido no eterno presente".

Deste modo, a memória é também positiva e positivista, reafirmando, muitas vezes,

um passado de riquezas que antecipa um futuro pleno de potencialidades. Se entendermos

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