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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônio Ludovicense: a narrativa dos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial enquanto...

Nem a constituição, que manda destinar recursos para a preservação do

patrimônio Histórico, nem a decisão do Governo Federal de destinar recursos

substanciais à recuperação das Cidades Históricas impõem ao Governo do

Estado que zele por esse patrimônio que cada dia mais vai se transformando

apenas em ruínas, cabeças-de-porcos, depósitos de lixo (O ESTADO, São Luís,

24/10/1976, p. 03).

O jornal o Estado estampa a manchete: “Nem o patrimônio histórico escapa”. A

matéria traz uma cobrança de que as leis sejam cumpridas, e o governo do estado aplique os

recursos, que segundo o jornal, já foram liberados pelo governo federal.

O passado do Maranhão está morrendo à mingua. As razões são

desconhecidas. Pode ser falta de verbas? Problemas burocráticos? Seja qual

for a resposta, o certo é que esse problema está provocando a lenta destruição

de importantes acervos arquitetônicos-históricos – os –sobradões espalhados

por várias artérias de São Luís [...]) Por muitas e muitas reclamações, até agora

não houve sequer uma providência oficial, apesar do tombamento já ter sido

processado. O lastimável estado de coisas já atingiu inclusive o ponto de total

ruína. Um apelo mais ao responsável por esse crime contra a história.

Salvemos os sobradões de São Luís. (...) Afinal de contas, a própria

Constituição do Estado do Maranhão – texto atualizado – diz em seu Capitulo

II- Da Educação e Cultura, -artigo 137 – O amparo à cultura é dever do Estado;

Parágrafo único – Ficam sob a proteção do Estado o patrimônio histórico, as

obras de arte, os monumentos e as áreas de beleza natural. Porém, ninguém

atentou para essa recomendação e muito menos pela conservação dos

tradicionais sobradões da cidade. Do jeito que eles se encontram, a tendência

é de que o nosso passado morra à mingua. (O ESTADO, São Luís, 24/10/1976,

p. 3).

Vemos neste fragmento uma cobrança de urgência de natureza política amparada

pelas leis. Logo, é possível mensurar que a postura do jornal revela uma opinião dos seus

proprietários, pois, a Tribuna da Imprensa de 13 de outubro de 1976, o governador Nunes

Freire rompeu relações com o senador José Sarney, alegando estar recebendo ataques do

jornal, não só referentes à administração, mas também a sua pessoa.

(https//www2.senado.leg.br). (PS janeiro/dez (s.d).(s.p) 1975).

Com o título “Crime contra a história”, o jornal utilizou um discurso de apelo aos

governos para a preservação urgente do patrimônio, no qual o redator utiliza a palavra

“crime” durante o artigo, ao tratar do descaso político referente aos casarões de São Luís.

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