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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Júlia Constança Pereira Camêlo

O jornal O Imparcial utilizou nesse artigo um discurso alarmista e de denúncia. E

considerando que o patrimônio histórico de São Luís nessa época ainda não tinha recebido

da UNESCO o título de patrimônio mundial, poucas eram as iniciativas governamentais de

restauração.

É pensando nisso que Choay (2001) serve como referencial, pelo fato de tratar

basicamente sobre o patrimônio urbano, assim como sua manutenção e a atribuição de

valores ao longo do tempo. Segundo a autora, a conservação dos edifícios (monumentos e

outros) abrange o domínio público e político e, nesse caso, a matéria do jornal aborda um

desabamento, e chama a atenção das autoridades políticas e do próprio sistema privado para

o acontecimento.

A edição de 7 de fevereiro de 1976, do jornal O Imparcial, trouxe como destaque na

primeira página a ameaça de desabamento de um prédio antigo, com a seguinte manchete

“Prédio antigo ameaça desabar”. Nesse caso, a reportagem denuncia o abandono de um

pardieiro (casebre) nas ruas do Ribeirão e Santo Antônio:

Mexer em cidade velha é o mesmo que mexer em casa da mesma faixa etária.

O pardieiro da esquina das ruas do Ribeirão e Santo Antônio não só estava

abandonado há muitos anos, como nem mais possuía teto, além do que, suas

paredes se encontravam apenas no aguardo de mexerem por perto, para que

ameaçassem ruir. Eis senão, quando aparece a CONCISA, em seu louvável

esforço de saneamento da cidade, e, com as valas que vem fazendo por toda

parte, abre uma, rente ao meio-fio do referido pardieiro. Em consequência, o

velho prédio principiou a ressentir-se e a balançar, pondo em risco iminente

(O IMPARCIAL, São Luís, 07/02/1976, p. 01).

A forma como a manchete foi estruturada expunha a intenção do jornal O Imparcial de

denunciar o abandono de uma edificação antiga no centro de São Luís, que por consequência

ameaçava desabar, podendo causar perigo à população do local. O título estava em destaque

com letras em negrito, e abaixo da matéria o jornal se preocupou em mostrar a fotografia do

prédio noticiado.

Também com um discurso alarmista e de denúncia, o jornal O Estado, na edição de

outubro de 1976, destaca na capa uma matéria sobre o abandono do Patrimônio Histórico:

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