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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Júlia Constança Pereira Camêlo

“Assim, a enunciação editorial em um jornal impresso constrói a imagem daquele que fala (o

local que ele se atribuiu, a relação àquilo que ele diz), e a daquele a quem o discurso é

endereçado (o público), e a relação entre o enunciador e o enunciatário, que é a proposta

dentro e para o discurso” (OLIVEIRA, 2009, p. 60). Os discursos dos jornais são uma interação

entre público e jornal.

Embora pareça evidente a preocupação com a preservação do patrimônio, São Luís,

ainda possui grande número de casarões abandonados, em ruínas e destruídos pelo tempo.

Nas décadas de 1970 e 1980 isso fica claro nas matérias dos jornais, que apontam por que os

casarões coloniais necessitam de práticas de preservação e cuidado, tanto dos governos

municipais, estaduais e federais, quanto da população.

Na década de 1970, a urgência era o clamor

Observe a matéria do jornal O Imparcial, com o título “Sobrado centenário desabou na

Rua 28”, na qual é noticiado o desabamento de um casarão no Centro Histórico de São Luís:

Provocando um grande susto aos moradores da Rua 28 de julho, desabou

ontem parte do prédio número 393, de propriedade do Sr. Pedro, onde

funcionava uma casa de cômodos dirigida por D. Rosa. Na véspera, os

moradores daquela artéria começaram a desconfiar de que o sobradão

(construído há 100) anos estava prestes a cair. A suspeita começou quando

observaram que o muro que segurava a parede do oitão, apresentava algumas

rachaduras. Desabamento. Ontem, precisamente ás 11 horas e 40 minutos,

quando alguns estabelecimentos comercias próximos ao local já estavam

fechando as suas portas, desabou a parede do oitão daquele prédio centenário,

provocando pânico e barulho (O Imparcial, São Luís Maranhão, 31-03-1971, p.

08).

O jornal informa o nome dos proprietários e dá indicações minuciosas sobre o

ocorrido, como por exemplo, a hora do desabamento. Não houve vítimas fatais, uma vez que

a população já estava de sobreaviso de um provável acontecimento como esse (Imagem 2).

Isso nos faz perceber que os casarões já corriam risco de desabamento há muito tempo.

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