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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônio Ludovicense: a narrativa dos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial enquanto...

Afinal, o Edifício São Luís será salvo. É talvez a mais bela fachada colonial do

Brasil. Sem dúvid, a maior fachada de azulejos. E estava ameaçada de

completa ruína. A Caixa Econômica adquiriu o edifício e vai reconstituí-lo. Já

não é sem tempo que aparece alguém para assumir com responsabilidade e

preservar tão inestimável patrimônio. A cidade está de parabéns (O ESTADO,

São Luís, 18/01/1976, p. 6).

O jornal comemora e exalta a cidade, da mesma forma que o artigo do jornal O

Imparcial, o qual também cita a reconstituição original do Edifício São Luís, além de destacar

que se trata da “maior fachada de azulejos do país”.

Contudo, as formas de restauração do patrimônio são uma atividade interdisciplinar,

que envolve várias técnicas e áreas da ciência, motivo pelo qual Lemos afirma:

A conservação e restauração de monumentos são fundamentalmente

atividades interdisciplinares que apelam por todas as ciências e todas as

técnicas capazes de contribuir para o estudo e salvaguarda do patrimônio

natural nacional (...). Daí, a ampla relação de especialistas (...) vai desde a

participação de historiadores, críticos de arte, arqueólogos, na identificação

correta do bem cultural até o concurso de peritos em mecânica do solo, em

comportamentos de matérias perante a poluição ambiental, em estabilidade

de velhas construções combalidas, em pinturas depauperadas etc. (LEMOS,

1925, p. 76).

Nas matérias noticiadas pelos jornais, percebe-se a preocupação de ambos em

destacar que as atividades de restauração estão voltadas para a reconstituição da fachada

original, o que precisa necessariamente da participação de engenheiros, arquitetos,

arqueólogos, historiadores, entre outros.

De acordo com os artigos citados acima, podemos perceber o tipo de abordagem sobre

preservação adotada por cada jornal, a saber: enquanto O Imparcial é mais enfático com o

discurso de preservação, O Estado faz uso de um discurso fervoroso, com elogios à cidade

de São Luís. Mesmo se tratando de uma matéria pequena, O Estado conseguiu deixar esse

discurso evidente. Porém, ambos os jornais falam da restauração dos casarões históricos,

seguindo critérios de originalidade de forma positiva.

Mais uma vez, destacamos que o principal público dos jornais em meados do século

XX eram as classes médias e altas da sociedade ludovicense, que recebe essa narrativa.

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