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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Júlia Constança Pereira Camêlo

O Artigo do jornal O Imparcial anuncia a reforma do Edifício São Luís, onde viria a

funcionar a CEF - Caixa Econômica Federal. Chama a atenção o fato de o redator deixar

explícito no subtítulo a frase, “linhas arquitetônicas”, comunicando um compromisso do

leitor com a conservação da linha arquitetônica do prédio, mas não apenas isso, pois, como

o prédio sofreu um incêndio, a preocupação é assegurar que o trabalho de restauro traria de

volta o estilo colonial. Promete, para tanto, a colocação de azulejos idênticos aos que antes

existiam.

A considerar-se o discurso do jornal, de que manteria a originalidade arquitetônica do

Edifício São Luís, nos remetemos a Choay (2001), ao afirmar que os primeiros princípios e as

instituições de conservação do Patrimônio se consolidaram na França, com ideais motivados

pelo Iluminismo e ações contra o vandalismo. Portanto, com o passar do tempo,

precisamente no início do século XX, técnicas de restauração das edificações começam a

ganhar força, principalmente a restauração voltada para a reconstituição da forma original do

edifício. Essa técnica foi estudada por Viollet-Le-Duc, cujo método propôs a utilização de

elementos idênticos aos originais. Dessa forma, podemos perceber que a restauração do

edifício São Luís parece se inspirar nessas técnicas de preservação defendidas por Le-Duc.

Para Grammont, [...] “os antigos conjuntos arquitetônicos deveriam ser revitalizados

tecnologicamente. As demolições estariam limitadas a intervenções aleatórias, enquanto os

acréscimos nas construções deveriam ser respeitados e seria observada ainda adoção de

usos compatíveis” (GRAMMONT. Pasos - revista de turismo e Patrimônio cultural, 2006, p.

439). Portanto, a primeira norma de conduta ligada à preservação é manter o bem patrimonial

(edificações) em uso constante pela população, para que percebam seu valor cultural e

conservem, de preferência, sua arquitetura original (CHOAY, 2001).

No mesmo mês de janeiro do ano de 1976 o jornal O Estado também noticia a

preservação do edifício São Luís, e trazia como título a seguinte palavra “Positivo” esse título

deixa claro o discurso exaltador do jornal O Estado, como podemos perceber também na sua

matéria:

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