História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Júlia Constança Pereira Camêloem publicar reportagem sobre esses projetos, principalmente quando estes estão voltadospara o desenvolvimento da cidade, reforçando que esses casarões, além de carregarem asmarcas do passado, podem ser fonte de crescimento econômico. Esta citação é um exemplode como essa narrativa é utilizada:São Luís e Alcântara estão incluídas entre as 28 cidades consideradasprioritárias para fins de aplicação dos recursos do programa Integrado deReconstrução das cidades Históricas do Nordeste, para fins turísticos, dasecretária de Planejamento da presidência da República. Para tratar desseprograma, estiveram em São Luís esta semana, o Dr. Vicente Costa e Silva,Delegado Regional da SEPLAN, e Dra. Fred Burger, assessora daquele órgãopara assuntos turísticos. [...] Segundo o Presidente da Fundação Cultural doMaranhão, professor Domingos Vieira Filho, os prédios coloniais desta cidadeonde inicialmente será feito o levantamento para fins de reconstrução são osseguintes: Prédio do antigo arquivo público, solar dos Vasconcelos, na Rua daEstrela; antiga guarda Portuária, Praia Grande, prédio da Secretária de Fazendae possivelmente o edifício São Luís. O investimento para esta primeira etapado programa será de cerca de 37 milhões de cruzeiros, sendo 80 por cento daSEPLAN e 20 por cento do Governo Federal (O IMPARCIAL, São Luís sextafeira, 04/07/1975, p. 7).Nota-se que há uma preocupação em identificar como o prédio era ocupadoanteriormente. Isso nos mostra uma necessidade em localizar e rememorar a história daqueleespaço: “Solar dos Vasconcelos, antiga guarda Portuária”.A citação acima espelha o quanto o jornal procurou demonstrar as verbas recebidaspara a revitalização dos prédios coloniais. Destacar o investimento não deixa de ser umamaneira de valorar o imóvel e a sua história.Para Foucault (1996), os discursos políticos e sociais sempre se produzem em razão derelação de poder; no discurso do jornal, o artigo representa a relação de poder que o Estadotem na iniciativa de proporcionar projetos preservacionistas para o patrimônio de São Luís eAlcântara.É nesse contexto que podemos afirmar que a cidade de São Luís obteve vários projetosgovernamentais preservacionistas e reformas nos casarões ao longo dos anos, tudo isso como intuito de preservar o patrimônio histórico visando não apenas à utilização do público, mastambém suscitando com os monumentos uma identidade de São Luís.562
Patrimônio Ludovicense: a narrativa dos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial enquanto...De acordo com Fonseca (2009), a participação do governo federal e estadual na políticade preservação foi concretizada em 1973, por solicitação do ministro da Educação e Cultura,e com a participação do Ministério do Planejamento, do interior, por intermédio da Sudene-Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e da Indústria e Comércio e da Embratur,(Empresa Brasileira de Turismo) do programa Integrado de Reconstrução das cidadesHistóricas, que passou a funcionar com recursos da Seplan- Secretaria de Planejamento,voltado inicialmente para o atendimento de nove estados do Norte e Nordeste.O PCH-Programa das Cidades Históricas, como ficou conhecido, tinha como objetivo acriação de uma infraestrutura adequada ao desenvolvimento e suporte de atividadesturísticas e ao uso de bens culturais como fonte de renda para as regiões carentes doNordeste, revitalizando monumentos em degradação (FONSECA, 2009).As notícias de reformas de edificações antigas eram frequentes. Com isso, só no mêsde janeiro de 1975 o jornal O Imparcial publica duas reportagens sobre revitalização decasarões no centro de São Luís. A primeira matéria diz:Prosseguem os trabalhos de reforma do prédio onde funcionará a CâmaraMunicipal de São Luís, na praça João Lisboa. O prédio é, dentre muitos outrosexistentes em São Luís, de estilo colonial, difícil, portanto, de ser reformadosem danificar a arquitetura colonial (O IMPARCIAL, 16/01/1975, p. 8).A ênfase é devido ao fato de o prédio estar localizado na Praça João Lisboa, local ondejá funcionou a Câmara Municipal de São Luís, o que também destaca o estilo colonial.Rememora a importância dessa arquitetura para o seu leitor que tem imóveis e descende defamílias que tinham e ainda têm bens naquela região da cidade.A outra reportagem trouxe a seguinte manchete: “Recuperação do Patrimônio,restauração da Cafua Museu do Negro” (O IMPARCIAL, 05/02/1975, p, 8). A matéria, que fazreferência à restauração da Cafua para a inauguração do museu do negro, mais uma vez foidestaque para a restauração de edificações antigas, para abrigar repartições públicas.Percebe-se com isso a preocupação do governo em desenvolver projetos de recuperação doPatrimônio Histórico com essa finalidade.563
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De acordo com Fonseca (2009), a participação do governo federal e estadual na política
de preservação foi concretizada em 1973, por solicitação do ministro da Educação e Cultura,
e com a participação do Ministério do Planejamento, do interior, por intermédio da Sudene-
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e da Indústria e Comércio e da Embratur,
(Empresa Brasileira de Turismo) do programa Integrado de Reconstrução das cidades
Históricas, que passou a funcionar com recursos da Seplan- Secretaria de Planejamento,
voltado inicialmente para o atendimento de nove estados do Norte e Nordeste.
O PCH-Programa das Cidades Históricas, como ficou conhecido, tinha como objetivo a
criação de uma infraestrutura adequada ao desenvolvimento e suporte de atividades
turísticas e ao uso de bens culturais como fonte de renda para as regiões carentes do
Nordeste, revitalizando monumentos em degradação (FONSECA, 2009).
As notícias de reformas de edificações antigas eram frequentes. Com isso, só no mês
de janeiro de 1975 o jornal O Imparcial publica duas reportagens sobre revitalização de
casarões no centro de São Luís. A primeira matéria diz:
Prosseguem os trabalhos de reforma do prédio onde funcionará a Câmara
Municipal de São Luís, na praça João Lisboa. O prédio é, dentre muitos outros
existentes em São Luís, de estilo colonial, difícil, portanto, de ser reformado
sem danificar a arquitetura colonial (O IMPARCIAL, 16/01/1975, p. 8).
A ênfase é devido ao fato de o prédio estar localizado na Praça João Lisboa, local onde
já funcionou a Câmara Municipal de São Luís, o que também destaca o estilo colonial.
Rememora a importância dessa arquitetura para o seu leitor que tem imóveis e descende de
famílias que tinham e ainda têm bens naquela região da cidade.
A outra reportagem trouxe a seguinte manchete: “Recuperação do Patrimônio,
restauração da Cafua Museu do Negro” (O IMPARCIAL, 05/02/1975, p, 8). A matéria, que faz
referência à restauração da Cafua para a inauguração do museu do negro, mais uma vez foi
destaque para a restauração de edificações antigas, para abrigar repartições públicas.
Percebe-se com isso a preocupação do governo em desenvolver projetos de recuperação do
Patrimônio Histórico com essa finalidade.
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