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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônio Ludovicense: a narrativa dos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial enquanto...

Obras de reconstrução da histórica igreja do Desterro poderão ficar concluídas

até o próximo dia 20, eis o que revelam fontes ligadas aos executores do

trabalho. A recuperação desse templo é financiado com recursos do IFAN,

juntamente com o MINIPLAN, dentro do plano de Recuperação do Patrimônio

Histórico Nacional, que havia fixado o prazo de 180 dias, dentro do qual,

entretanto, não foi possível terminar. CONSTRUTORES E OBRASA construtora

ITAPOÃ executou parte das obras de reforma, na parte de alvenaria, enquanto

que a parte de carpintaria (que está por acabar), piso e limpeza, ficaram ao

encargo da Fundação do Bem-estar social do Maranhão. Imagens e outros

pertences da igreja foram também recuperados sob a responsabilidade da

FBESMA (O IMPARCIAL, São Luís, 17 de jan de 1975, p. 7).

O artigo a cima citado, de 1975, narra a reforma da igreja do Desterro, com recursos

oriundos de verbas financiadas pelo IFAN e MINIPLAN. É interessante perceber o discurso de

preservação utilizado pelo redator do jornal, principalmente, quanto ao título “IFAN e

MINIPLAN recuperam templos”. O jornal toma um discurso preservacionista ao estampar

esse título. Porém, no meio dessa mesma matéria, o redator menciona o abandono de uma

obra em recuperação:

[...] Por outro lado, a construção dos restaurantes típicos de São Luís no antigo

prédio do colégio LUIZ VIANA e no Ribeirão está paralisada, e ao que se

informa, por falta de verbas. Essa obra é encontrada através do convênio do

com O IFAN e o MINIPLAN e deveria ficar pronta em noventa dias, segundo o

Departamento do Patrimônio Histórico, responsável pelo projeto. No entanto,

já decorreram 180, uma vez que foi iniciada, o mesmo tempo que as obras da

igreja do Desterro. (O IMPARCIAL, São Luís, 17 de jan de 1975, p.7).

Percebemos, a partir da citação acima, que apesar das verbas para a restauração dos

prédios, muitas obras são abandonadas. A obra mencionada pelo jornal é uma escola.

Notemos que é uma forma de identificar mais um casarão a ser considerado como importante

para a memória da sociedade, além de trazer uma referência a uma personalidade “Luiz

Viana”. Adaptar o prédio do antigo Colégio Luiz Viana é, também, uma forma de manter viva

a personagem. Assim, é possível que haja apropriação da memória, mesmo que com uma

nova destinação dada ao prédio.

São comuns notícias de projetos e verbas de restauração de prédios antigos durante

as décadas de 70 e 80, o que nos leva a perceber que há a preocupação do jornal O Imparcial

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