História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Edinaldo Pinheiro Nunes Filho, Rejane Cleide Lemos de Vasconcelosda importância e significado por parte da população brasileira e consequente sentimento depertencimento e compromisso com a valorização e preservação.Segundo Silva e Nunes Filho (2012, p. 18), a dificuldade da implementação daeducação patrimonial nos museus é explicada pela história da colonização portuguesa noBrasil, onde:[...] como consequência do violento processo de colonização, a naçãobrasileira “se consolidou como um país de matriz cultural europeia, sendo anova sociedade caracterizada pela falta de identidade afetiva, cultural e étnicaem relação aos povos nativos que a antecederam.A maioria do acervo arqueológico dos museus brasileiros são de grupos culturaisameríndios. Por isso a dificuldade de realização de políticas públicas voltadas à educaçãopatrimonial nos museus no Brasil. Contudo, no século XXI, o IPHAN através de portaria einstrução normativa 3 , institui metodologias e acende no âmbito federal, estadual e municipala adoção de novas políticas públicas de valorização ao patrimônio cultural material e imaterialdos grupos pré-coloniais.Museus: espaços privilegiados de educação patrimonialDurante a formação do Estado Nacional Brasileiro 4 no século XIX, os museus naEuropa representavam um local de proteção do patrimônio histórico, cujo desígniosignificaria ensinar a Nação, espalhar o civismo e a história. Contudo, a concepção doprimeiro museu brasileiro para Carlan (2008) era outra:[...] o Museu Real (hoje Museu Nacional, antigo palácio de D. Pedro II), foicriado por D. João VI em 1818. O próprio regente doou a primeira coleção deHistória Natural. O referente museu, durante os primeiros anos da República,foi palco das discussões racistas, consideradas na época científicas emodernas, defendidas pelo médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues3Portaria IPHAN nº 230/2002; Instrução Normativa nº 001, de 25 de março de 2015 do IPHAN.4Na obra Formação do Estado Nacional Brasileiro de Maurilio Rompatto (2001), o estado brasileiroinicia com a vinda da Família Real para a América Portuguesa em 1808 e o estabelecimento do governode D. João VI (o período Joanino) e se desenvolveu ao longo do Segundo Reinado.544
Educação patrimonial no campo das pesquisas arqueológicas e o papel dos museus(1862 – 1906) que, por sua vez, foi influenciado pelo médico italiano CesareLombrosco (1835 – 1909).O Museu Histórico Nacional foi criado para abrigar coleções de caráter ambiental, ouseja, materiais botânicos, de animais empalhados, de minerais, de numismática, de obras dearte e de máquinas. Não houve a preocupação com a difusão do acervo museológico,artístico, histórico e arqueológico. Segundo Oliveira (2014b) no Brasil:[...] durante o século XIX os museus voltavam sua atenção para as pesquisascientíficas, a partir da década de 40 e 50 do século XX, principalmente, apreocupação com os visitantes se difundiu, e mais especificamente projetosvoltados para um público específico, os estudantes.Nesse cenário pós-segunda guerra mundial, a pesquisa arqueológica no Brasil seintensifica e os museus brasileiros mudam/acrescentam seus objetivos e coleções 5 . Todavia,antes disso tudo, o Museu Paraense Emílio Goeldi destaca-se no Brasil, com grande acervozoobotânico e arqueológico pré-colonial acumulado desde o século XIX e acrescido com osprojetos de pesquisas do século XX. Importa destacar que o museu Goeldi foi pioneiro noBrasil na preservação e divulgação do patrimônio cultural e ambiental brasileiro, pois com acriação do seu Parque Zoobotânico em 1895, possibilitou que o patrimônio cultural 6 eambiental 7 da Amazônia fosse conhecido e preservado.História curiosa de abnegação e persistência na preservação e valorização dopatrimônio cultural brasileiro é do Museu Histórico Amapaense Joaquim Caetano da Silva -5O acréscimo das coleções arqueológicas pré-coloniais, adquiridas no século XX, deveu-se aspesquisas realizadas durante o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas do Baixo Amazonas –PRONAPABA, no caso do museu Goeldi e nos demais museus ao Programa Nacional de PesquisasArqueológicas-PRONAPA (NUNES FILHO, 2014).6Artefatos da cultura material arqueológica de grupos culturais pré-coloniais.7Acervo da flora e fauna da Amazônia.545
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Edinaldo Pinheiro Nunes Filho, Rejane Cleide Lemos de Vasconcelos
da importância e significado por parte da população brasileira e consequente sentimento de
pertencimento e compromisso com a valorização e preservação.
Segundo Silva e Nunes Filho (2012, p. 18), a dificuldade da implementação da
educação patrimonial nos museus é explicada pela história da colonização portuguesa no
Brasil, onde:
[...] como consequência do violento processo de colonização, a nação
brasileira “se consolidou como um país de matriz cultural europeia, sendo a
nova sociedade caracterizada pela falta de identidade afetiva, cultural e étnica
em relação aos povos nativos que a antecederam.
A maioria do acervo arqueológico dos museus brasileiros são de grupos culturais
ameríndios. Por isso a dificuldade de realização de políticas públicas voltadas à educação
patrimonial nos museus no Brasil. Contudo, no século XXI, o IPHAN através de portaria e
instrução normativa 3 , institui metodologias e acende no âmbito federal, estadual e municipal
a adoção de novas políticas públicas de valorização ao patrimônio cultural material e imaterial
dos grupos pré-coloniais.
Museus: espaços privilegiados de educação patrimonial
Durante a formação do Estado Nacional Brasileiro 4 no século XIX, os museus na
Europa representavam um local de proteção do patrimônio histórico, cujo desígnio
significaria ensinar a Nação, espalhar o civismo e a história. Contudo, a concepção do
primeiro museu brasileiro para Carlan (2008) era outra:
[...] o Museu Real (hoje Museu Nacional, antigo palácio de D. Pedro II), foi
criado por D. João VI em 1818. O próprio regente doou a primeira coleção de
História Natural. O referente museu, durante os primeiros anos da República,
foi palco das discussões racistas, consideradas na época científicas e
modernas, defendidas pelo médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues
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Portaria IPHAN nº 230/2002; Instrução Normativa nº 001, de 25 de março de 2015 do IPHAN.
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Na obra Formação do Estado Nacional Brasileiro de Maurilio Rompatto (2001), o estado brasileiro
inicia com a vinda da Família Real para a América Portuguesa em 1808 e o estabelecimento do governo
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