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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Educação patrimonial no campo das pesquisas arqueológicas e o papel dos museus

Museu em face da preservação do patrimônio cultural arqueológico

Na sequência da discussão sobre educação ambiental e patrimonial, pode-se dizer que

quando surgiram os primeiros museus brasileiros 1 , no século XIX, tinham coleções históricas

e arqueológicas que exaltavam eventos histórico-culturais de grupos sociais e econômicos

dominantes. Cada instituição museológica que foi criada no século XIX teve seu propósito e

sua particularidade museológica, mas, todos eles tiveram um objetivo em comum: preservar

a memória do patrimônio cultural material. Na sequência, no século XX, o papel do museu

histórico muda, o destaque das coleções e exposições é a preservação do patrimônio cultural

material e imaterial.

Ademais, a partir da IX Conferência Geral do ICOM 2 , surgiu o termo ecomuseologia e

o museu no contexto da Nova Museologia, onde o papel deste configura como um

instrumento deflagrador de ações sociais voltadas à preservação de patrimoniais

pertencentes às comunidades locais, onde o museu está inserido. Nesse contexto, os museus,

a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, passam a reinventar-se como instrumento de

preservação e valorização cultural (OLIVEIRA, 2014a, p. 13).

Importante destacar que os museus criados no Brasil, no século XIX e início do século

XX, não tinham a intenção de transformar as exposições museológicas como instrumento de

educação patrimonial, pois no Brasil daquela época os museus apresentavam somente o

papel de destacar as demandas histórico-sócio-culturais dos grupos políticos dominantes e

não valorizar/preservar o patrimônio histórico e arqueológico brasileiro (OLIVEIRA, 2014a, p.

14). Por conseguinte, somente a partir da criação do SPHAN em 1937 e do decreto Lei 25/1937,

que o patrimônio cultural nacional foi reconhecido e, alguns anos depois, o arqueológico teve

seu reconhecimento com a Lei 3924/1961. Por isso que, no Brasil, a educação patrimonial

cultural é um grande desafio para os museus. Não existe tradição e há pouco conhecimento

1

Museu Nacional no Rio de Janeiro (1818); Museu Emilio Goeldi em Belém do Pará (1866); Museu

Paulista em São Paulo (1895).

2

ICOM – Interrnational Council of Museums (Conselho Internacional de Museus), criado em 1946.

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