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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônio arqueológico e desenvolvimento no PAE Maracá-AP: contribuições...

Uma vez explorados em ambiente museal, os hábitos, costumes, tradições e crenças

dessa população tradicional revelará o vínculo indissociável entre natureza e cultura, de

maneira a expor a incompatibilidade entre a lógica capitalista e a sua dignidade. Assim, o

próprio museu se torna instrumento de resistência frente ao sistema capitalista estruturante.

Imerso nesse contexto, se fará entender que o patrimônio arqueológico não está dissociado

dos fenômenos sociais do presente (CASTAÑEDA, 2008). Desse modo, no Maracá, o museu

há de ser elemento conscientizador da inviabilidade da preservação do patrimônio

arqueológico sem a preservação do meio ambiente e dos modos de vida locais.

Por fim, considerando o abandono dos sítios arqueológicos, a negligência do Estado

para com a realidade agroextrativista do território e a vulnerabilidade social, econômica e

ambiental das comunidades, a efetivação de uma proposta de museu integrado haverá de

possibilitar a sustentabilidade dos sítios e da população local. Isso é possível por meio da

gestão compartilhada, estratégia definida por Pardi (2002) como um conjunto de ações

desenvolvidas por vários atores, cuja junção de esforços vislumbra identificar, promover e

preservar aquilo que se entende como a produção documental dos povos antigos.

Associada à proposta de museu integrado, por certo a gestão compartilhada facilita o

envolvimento de grupos locais. Asim, não se limitando a abordar o passado, o museu estará

próximo da realidade e das demandas da sociedade, de modo a propor reflexões amplas a

respeito das relações entre homem, meio ambiente e território. Eis que, dessa maneira, o

museu se alinha à ciência do concreto (LÉVI-STRAUSS, 1976) e soma para o alcance da

efetividade do paradigma participacionista (CANCLINI, 1994), em direção ao uso social do

patrimônio cultural.

segue no INCRA para fins da titulação definitiva. Ao ter-se em vista a trajetória de luta das populações

tradicionais da região, esse processo é mais um capítulo da luta dos movimentos sociais locais pelo

direito de uso do território em conformidade com sua cultura.

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