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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Patrimônio arqueológico e desenvolvimento no PAE Maracá-AP: contribuições...

Nessa direção, sob os aportes de Chagas (2003), Cândido (2018) explica que a museologia se

constitui da ligação entre seres humanos, objetos culturalmente qualificados e espaços

socialmente constituídos.

Isto posto, para a autora, o processo de musealização se dá a partir da seleção e

atribuição de sentidos realizada no interior de um universo patrimonial amplo. Assim, ele

resulta em um recorte composto por um “[...] conjunto de indicadores da memória ou

referências patrimoniais tangíveis ou intangíveis, naturais ou artificiais, indistintamente”

(CÂNDIDO, 2018, p 423). De tal modo, as relações entre território, relações sociais e elementos

culturais ganham notoriedade e corroboram para o reconhecimento do patrimônio como uma

construção social.

Pelo que se expõe e com base em Cândido (2018), ao inspirar-se nesses moldes, a

modalidade de museu integrado viabiliza conexões intra e extramuros. Assim, soma para

com processos de gestão territorial e de desenvolvimento local sustentável, conforme prevê

o Conselho Internacional de Museus (ICOM). Ainda, nesse tipo de museu, se oportunizam

abordagens integradoras da cultura e do patrimônio, de maneira a desconstruir a ilusória

separação das categorias patrimônio material e patrimônio imaterial.

A esse respeito, entende-se a partir de Meneses (2004) que separar bens materiais e

bens imateriais, para fins de um desmembramento fictício da vida, pressupõe o fim das

possibilidades de apreensão dos processos em que a cultura é construída. Logo, permitir uma

visão integradora desses elementos é contribuir para o entendimento de que não existe um

patrimônio material. O que há é um patrimônio único, cuja natureza é imaterial e que é

produzido com base em uma cultura que se transmite no tempo e no espaço, tal como

assevera Horta (2005).

Ao ter-se em vista as possibilidades descritas, há de se reconhecer que a proposta de

museu integrado é alternativa interessante para a preservação do patrimônio arqueológico

situado no PAE Maracá. Como se viu nas seções anteriores, nesse território, as relações entre

as comunidades e os vestígios arqueológicos adquirem sentidos múltiplos. A considerar-se o

estudo de Leite (2014), alguns desses sentidos revelam um imaginário fantástico no entorno

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