História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Ana Cristina Rocha SilvaImagem 2 - José Mercês da Silva, morador da vila MaracáFoto: Ana Cristina Rocha Silva, 2019.Seja para fins colecionistas, para fins de pesquisas e/ou para garantir a “proteção” deurnas de reconhecida beleza estética, o material arqueológico do território do Maracáhistoricamente tem sido retirado e não tem retornado para as comunidades locais. Como bemresumiu a fala do anônimo descrita anteriormente, os buracos das escavações são as únicascoisas que as pesquisas arqueológicas têm deixado para a população do Maracá. Obviamenteque existem exceções. Elas são poucas, mas existem.Pelo exposto, há de se reconhecer que a cultura material dos povos antigos quehabitaram o vale do rio Maracá inspirou a tradição dos museus de história natural com focono colecionismo. Fruto do colonialismo, essa tradição esteve alheia da realidade social, dosinteresses e das agendas locais. Não à toa a população do Maracá possui restrições para coma retirada de mais peças arqueológicas do seu território.504
Patrimônio arqueológico e desenvolvimento no PAE Maracá-AP: contribuições...A posição periférica da sociedade na gestãoOs sítios arqueológicos da cultura Maracá evidenciam a complexidade cultural dospovos indígenas que habitaram o vale do rio Maracá, na antiguidade. A despeito dessacomplexidade e da singularidade dos sítios, na atualidade, a população local pouco conheceos resultados das pesquisas lá desenvolvidas. Tal afirmação se fundamenta em pesquisarecente realizada na área do PAE Maracá, a qual objetivou analisar o processo de inserçãodas populações locais na gestão do patrimônio arqueológico, de modo a compreender comoo poder público vem fomentando a apropriação dos bens culturais.A pesquisa abrangeu quatro comunidades: vila Maracá, Conceição do Maracá, Laranjaldo Maracá e Central do Maracá. Conforme se vê no Mapa 2, as quatro comunidadespesquisadas estão situadas na microrregião do Médio Maracá, área do assentamento cortadapelo trecho sul da BR-156. Um total de 116 famílias participaram da pesquisa. Desse total, 90residem na vila Maracá, seis na comunidade Central do Maracá, dez na comunidade Laranjaldo Maracá e as outras dez na comunidade Conceição do Maracá. Ainda, o estudo envolveu18 professores que atuam nas escolas dessas quatro comunidades e mais 98 alunos das duasmaiores escolas de todo o assentamento 4 .A pesquisa se deu em três etapas, todas executadas ao longo do ano de 2019. Aprimeira ocorreu em setembro e constou no reconhecimento das comunidades e noestabelecimento dos contatos iniciais com a população. A segunda e a terceira etapacorresponderam à pesquisa de campo em si. Elas foram realizadas ao longo de todo o mêsde outubro e, ainda, da primeira quinzena do mês de dezembro.4A Escola Família Agroextrativista do Maracá e a Escola Estadual Evilásio Ferreira, ambas situadas navila Maracá.505
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A posição periférica da sociedade na gestão
Os sítios arqueológicos da cultura Maracá evidenciam a complexidade cultural dos
povos indígenas que habitaram o vale do rio Maracá, na antiguidade. A despeito dessa
complexidade e da singularidade dos sítios, na atualidade, a população local pouco conhece
os resultados das pesquisas lá desenvolvidas. Tal afirmação se fundamenta em pesquisa
recente realizada na área do PAE Maracá, a qual objetivou analisar o processo de inserção
das populações locais na gestão do patrimônio arqueológico, de modo a compreender como
o poder público vem fomentando a apropriação dos bens culturais.
A pesquisa abrangeu quatro comunidades: vila Maracá, Conceição do Maracá, Laranjal
do Maracá e Central do Maracá. Conforme se vê no Mapa 2, as quatro comunidades
pesquisadas estão situadas na microrregião do Médio Maracá, área do assentamento cortada
pelo trecho sul da BR-156. Um total de 116 famílias participaram da pesquisa. Desse total, 90
residem na vila Maracá, seis na comunidade Central do Maracá, dez na comunidade Laranjal
do Maracá e as outras dez na comunidade Conceição do Maracá. Ainda, o estudo envolveu
18 professores que atuam nas escolas dessas quatro comunidades e mais 98 alunos das duas
maiores escolas de todo o assentamento 4 .
A pesquisa se deu em três etapas, todas executadas ao longo do ano de 2019. A
primeira ocorreu em setembro e constou no reconhecimento das comunidades e no
estabelecimento dos contatos iniciais com a população. A segunda e a terceira etapa
corresponderam à pesquisa de campo em si. Elas foram realizadas ao longo de todo o mês
de outubro e, ainda, da primeira quinzena do mês de dezembro.
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