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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Ana Cristina Rocha Silva

dos fundadores do Museu Paraense, com as peças arqueológicas oriundas do Maracá,

Ferreira Penna contribuiu para a formação das coleções desse museu e também para a

formação de coleções do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, de onde era correspondente.

Após Ferreira Penna, vários outros pesquisadores passaram por esse território, a

exemplo de Guedes (1897), pesquisador que fez os primeiros levantamentos extensivos no

Maracá, precisamente na área do Igarapé do Lago do Maracá, afluente da margem direita do

rio Maracá. Guedes registrou três sítios arqueológicos com urnas funerárias situadas em

ambiente de caverna, as quais foram identificadas como “indigenous moorgues” (necrotérios

indígenas). Dentre os vestígios encontrados, destaca-se uma pulseira de contas de vidro nas

cores azul e branca.

Sítios de terra preta, artefatos líticos e cerâmicas em superfície também foram

encontrados por Nimuendajú, quando ele esteve na região, na década de 1920 (GUAPINDAIA,

2001). Na mesma década, durante incursões nas bacias dos rios Vila Nova e Maracá, William

Farabee (1921) descreve ter encontrado sepultamentos em jarro na forma de homens

sentados. Os jarros estariam reunidos sobre as rochas e possuíam cabeças rudemente

contornadas em pintura vermelha e branca.

Com base nas coleções montadas por Guedes e Farabee, o casal Meggers e Evans

(1957) concluiu que os vestígios eram restritos a região do Igarapé do Lago e ilhas do Pará,

constituindo-se em materiais desviantes da fase Mazagão, uma das três fases propostas por

eles para o sul do Amapá. Por seu turno, a partir das análises de Meggers e Evans, em 1972,

Mário Simões apresentou uma classificação diferente para os materiais coletados no sul do

Amapá, defendendo que os mesmos compunham uma fase cultural própria, batizada com o

nome de Maracá, em alusão ao rio.

Em fins da década de 1980, Hilbert e Barreto (1988) realizaram prospecções na área em

tela, a fim de constatar a possibilidade da ocupação de grupos pré-cerâmicos de caçadores e

coletores. Foram pesquisados nove sítios, dos quais apenas um indicou ser pré-cerâmico.

Tratava-se justamente do sítio conhecido localmente como Buracão do Laranjal ou Buracão,

um abrigo-sob-rocha situado nas proximidades da vila Laranjal do Maracá. No local, Hilbert

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