10.08.2021 Views

História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Patrimônio arqueológico e desenvolvimento no PAE Maracá-AP: contribuições...

de suas colocações e a colocava sob o domínio dos patrões ou do Projeto Jari. Frutos desse

propósito também foram: a criação da Reserva Extrativista do Rio Cajari e da Reserva de

Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru.

Seja da capital Macapá ou de Laranjal do Jari, o acesso ao PAE Maracá ocorre pela BR-

156. Essas duas cidades distam, respectivamente, 130 e 140 quilômetros da vila Maracá,

comunidade que é uma espécie de centro político, no âmbito do assentamento. O PAE Maracá

é o maior assentamento do Amapá e, na modalidade agroextrativista, é um dos maiores de

todo o Brasil. Ele é composto por 36 comunidades, distribuídas ao longo de três

microrregiões: o Baixo Maracá, o Médio Maracá e o Alto Maracá.

O patrimônio arqueológico do Maracá: “[...] pra gente fica só os buracos das urnas”

Ao conferir um aspecto regional à luta encabeçada pelo Conselho Nacional dos

Seringueiros (ALLEGRETTI, 2002), o Maracá tornou-se uma referência, no âmbito da luta

socioambiental na Amazônia. Apesar disso e não menos importante, esse território é mesmo

conhecido por seus sítios arqueológicos. Citados por uma série de pesquisadores, os sítios

se destacam na literatura especializada desde meados do século XIX.

Com base em Bertho (1994), Francisco da Silva Castro foi quem divulgou os primeiros

achados de cerâmica advindos do vale do rio Maracá. Isso se deu no decênio de 1860, quando

Castro atuava como correspondente da Real Academia de Ciências de StockHolm (Suécia) e

do Museu da Universidade de Christiana (Oslo/Noruega), para onde enviava materiais

arqueológicos. Em 1871, após doar exemplares desse material para o Museu Paraense 2 ,

Castro incitou o interesse de Domingos Ferreira Penna pelo patrimônio arqueológico do

Maracá.

Em 1872, após incursões na área, Ferreira Penna coletou urnas antropomorfas e

zoomorfas. Ele as denominou de tubulares e tartarugas terrestres (PENNA, 1973). Por ser um

2

Atual Museu Paraense Emílio Goeldi, situado na cidade de Belém-PA.

499

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!