10.08.2021 Views

História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Cristina Rocha Silva

Ao ter-se em vista essas características, muito mais do que oportunizar o acesso ao

conhecimento produzido pelas pesquisas desenvolvidas nos sítios arqueológicos do lugar,

essa modalidade de museu tem potencial para manifestar as relações existentes entre esses

sítios, o território e a humanidade do PAE Maracá. Portanto, para além de educar sobre o

passado prístino da região, o museu integrado pode educar sobre o presente e fazer cumprir

sua função social na vida de coletivos postos nas margens. Eis que, desse modo, ele há de

somar para o conhecimento da história, para a criação e/ou fortalecimento de elos identitários

junto aos povos antigos da região e, ainda, possibilitar a sustentabilidade dos sítios

arqueológicos e da população local, por meio da gestão participativa.

Em termos metodológicos, este capítulo deriva de um estudo interdisciplinar realizado

no PAE Maracá, no ano de 2019. O estudo foi feito junto ao Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da

UFPA (PPGDSTU/NAEA/UFPA) e vislumbrou a análise do processo de inserção das

populações locais na gestão do patrimônio arqueológico, de modo a compreender como o

poder público vem fomentando a apropriação dos bens culturais. Com base em Japiassu

(1976), o estudo seguiu o caminho interdisciplinar por conta da necessidade de superação de

uma visão fracionada sobre a dinâmica patrimonial.

No PAE Maracá, conforme se verá nas páginas adiante, essa dinâmica possui relações

com a história, a arqueologia, o direito ambiental, o meio ambiente, a antropologia, as

políticas públicas e as estratégias de desenvolvimento. Em vista disso, a opção pela

interdisciplinaridade visou encontrar aquilo que Samuel Sá (1987, p. 273) chama de “[...]

vasos comunicantes [...]”. Ou seja, vislumbrou a identificação das áreas de interseção

implícitas entre os vários campos do conhecimento que se entrecruzam na gestão do

patrimônio arqueológico. Ademais, a base interdisciplinar também foi eleita por conta da

interação entre os métodos etnográfico e qualitativo, os quais guiaram a coleta e análise dos

dados da pesquisa no território do PAE Maracá.

Por meio dos resultados do estudo descrito e do reconhecimento dos pontos de

interseção entre as áreas envolvidas na gestão do patrimônio arqueológico, buscou-se refletir

494

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!