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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Notas e reflexões sobre as possibilidades de uma arqueologia pública na UNIFAP

Durante a aplicação das atividades de EP, e as consequentes alterações e

remodelações que fizemos ao longo das ações nas escolas avaliamos que a educação

patrimonial, apesar de funcionar como um guia, de fato não devem ser utilizadas

acriticamente, como certamente não foi nossa intenção, pois defendemos a educação aos

moldes freirianos (FREIRE, 1970, 2011), crítica, transformadora e libertária. Da mesma forma,

defendemos uma noção de patrimônios plurais e multivocais, objetivando a valorização da

diversidade cultural. A educação foi e deve ser pensada enquanto um processo constante e

auto reflexivo de nossas ações, permitindo igualmente ao público envolvente refletir sobre

as atividades como sujeitos transformadores, seres sociais e históricos, pensantes e

comunicantes (FLORÊNCIO, 2012).

Ao construir com as comunidades o que estas entendem como bens públicos e

patrimônios arqueológicos, estaremos aos moldes do que Márcia Bezerra (2009) salientou

fazendo uma espécie de arqueologia circular, onde o “fazer arqueológico” e o “outro” são

considerados como partes essenciais e indissociáveis, já que ambas contêm histórias sobre

o passado. A ideia seria entender como se dá a construção do passado pelas comunidades

envolventes, procurando compreender as intersecções entre os discursos acadêmicos e

aqueles da comunidade não acadêmica, procurando ressignificar o conhecimento produzido

pela disciplina e o impacto dessa reorientação, pensados através das histórias produzidas

sobre o passado por meio dos sítios e vestígios arqueológicos (BEZERRA, 2009).

Termos tais como “aquisição” de conhecimentos, “alfabetização” cultural e “Educar”

para o patrimônio, devem ser revistos, no intuito de que as nossas práticas não sejam

colonizadoras e formas de “domesticar” o público não arqueólogo (CABRAL; SALDANHA,

2009; SHANKS; TILLEY, 1987; SCIFONI, 2012). Ao invés de reproduzir uma educação bancária,

como se existisse um ser que ensina, pensante, e um ser passivo que aprende, a arqueologia

pública tem como enfoque compreender as relações da comunidade envolvente com os

vestígios arqueológicos por meio de reflexões dialógicas. Nesse sentido, a educação

patrimonial serviu e servirá como um uma metodologia, uma caixa de ferramentas úteis para

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