História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Jelly Juliane Souza de Lima, Avelino Gambim JúniorFigura 4 - Sra. Raimunda Silva (Mundica)Fonte: Acervo do projeto, 2019.“A minha avó veio de Chaves daí da banda do Pará, mas nós mesmos nascemosaqui [Vila Velha do Cassiporé]. Eu não sei se morou índio, se morou negro ou semorou arábio 5 aqui. Eu sei que quando nós chegamos aqui não existia mais isso. Sóuns índios que moravam aí para cima do rio. Eu não sei dizer de onde apareceu isso[igaçabas], porque quando a gente veio morar para cá já existia isso aí. Eu eramocinha nova quando ouvia falar sobre as igaçabas. A gente via aí na rua mesmo,porque aparecia aqueles potes grandes assim. Só que a gente não sabia a quempertencia [as igaçabas]. Tinham muitos que vinham de fora e daqui mesmo para tiraras miçangas de dentro das igaçabas. Eu lembro de ver algumas coloridas, tinha umasque eram brancas, outras eram verdes, outras eram azuis. Uma senhora que eu achoque até morreu, ela usava isso [miçangas]. Ela sonhou com um índio que veio paraquerer matar ela por causa das miçangas.” Sra. Raimunda Ferreira da Silva,entrevista realizada na comunidade de Vila Velha do Cassiporé, 2019.5Sinônimo de árabe.438
“Eu não sei se morou índio, arábio ou negro”: os vestígios arqueológicos e narrativas...Figura 5 - Sr. Valter dos SantosFonte: Acervo do projeto, 2020.“A história do Amapá diz que ele foi povoado por aquelas 144 famílias que vieramda África, para povoar o Amapá [a Vila de Macapá]. Aí alguém diz eu não sou issonão sou aquilo, não sou negro, mas de onde vem a história dele? Eu sei que osafricanos que vieram povoar o Amapá e aqui a Vila Velha não vieram das Guianas,mas sim daqui da Ilha do Marajó. Muitos moraram aqui, muitos negros. A gentepassou a entender que as urnas [Igaçabas] fazem parte da nossa história aquienterrada. Outra coisa que a gente quer descobrir é como os navios entravam esaiam do rio Cassiporé. Nós sabemos que antigamente os navios com escravosafricanos entravam e saiam por esses rios, mas com o tempo a boca do rio [RioCassiporé] daquele igarapé grande onde tem o sítio das igaçabas tapou.” Sr. Valterdos Santos, entrevista realizada em Macapá, 2020.439
- Page 387 and 388: Epistemologia museal: uma análise
- Page 389 and 390: Epistemologia museal: uma análise
- Page 391 and 392: Epistemologia museal: uma análise
- Page 393 and 394: Epistemologia museal: uma análise
- Page 395: Epistemologia museal: uma análise
- Page 398 and 399: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 400 and 401: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 402 and 403: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 404 and 405: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 406 and 407: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 408 and 409: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 410 and 411: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 412 and 413: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 414 and 415: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 416 and 417: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 418 and 419: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 420 and 421: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 422 and 423: Laiane Pereira da Costa, Maria do A
- Page 424 and 425: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 426 and 427: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 428 and 429: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 430 and 431: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 432 and 433: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 434 and 435: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 436 and 437: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 440 and 441: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 442 and 443: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 444 and 445: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 446 and 447: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 448 and 449: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 450 and 451: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 452 and 453: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 454 and 455: Jelly Juliane Souza de Lima, Avelin
- Page 456 and 457: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 458 and 459: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 460 and 461: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 462 and 463: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 464 and 465: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 466 and 467: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 468 and 469: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 470 and 471: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 472 and 473: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 474 and 475: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 476 and 477: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 478 and 479: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 480 and 481: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 482 and 483: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 484 and 485: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
- Page 486 and 487: Avelino Gambim Júnior, Jelly Julia
“Eu não sei se morou índio, arábio ou negro”: os vestígios arqueológicos e narrativas...
Figura 5 - Sr. Valter dos Santos
Fonte: Acervo do projeto, 2020.
“A história do Amapá diz que ele foi povoado por aquelas 144 famílias que vieram
da África, para povoar o Amapá [a Vila de Macapá]. Aí alguém diz eu não sou isso
não sou aquilo, não sou negro, mas de onde vem a história dele? Eu sei que os
africanos que vieram povoar o Amapá e aqui a Vila Velha não vieram das Guianas,
mas sim daqui da Ilha do Marajó. Muitos moraram aqui, muitos negros. A gente
passou a entender que as urnas [Igaçabas] fazem parte da nossa história aqui
enterrada. Outra coisa que a gente quer descobrir é como os navios entravam e
saiam do rio Cassiporé. Nós sabemos que antigamente os navios com escravos
africanos entravam e saiam por esses rios, mas com o tempo a boca do rio [Rio
Cassiporé] daquele igarapé grande onde tem o sítio das igaçabas tapou.” Sr. Valter
dos Santos, entrevista realizada em Macapá, 2020.
439