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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Epistemologia museal: uma análise do projeto Museu Goeldi de Portas Abertas

Embora este texto destaque os elementos da arqueologia, todas as áreas científicas do Museu

Goeldi que fazem parte do Portas Abertas são fundamentais para a construção da

epistemologia da educação museal como uma categoria analítica. Botânica, zoologia, ciências

humanas, ciências da terra, ecologia, com seus enfoques, teorizações e estudos, ajudam a

educação museal a se firmar na investigação e reflexão da presença histórica dessas mesmas

ciências no contexto da região amazônica.

Os atos humanos em geral e o fazer científico em particular têm um télos, um

para quê que o ator deve vislumbrar com a maior clareza possível. A conquista

dessa elucidação será conseguida na medida em que se reflete sobre esses

atos. Refletir não é um ato isolado e encerrado dentro dos limites da

subjetividade do ator, nem das fronteiras pragmáticas da ciência objetiva e

separada das demais dimensões humanas. Tomar consciência do fazer

científico, isto é, torná-lo um que fazer, exige romper as fronteiras estreitas da

separação analítica, que dá prioridade às partes diante do todo, e distancia a

ciência da reflexão filosófica e ética. Essa tomada de consciência também

reclama o resgate dos nexos com o todo social histórico e a recuperação das

ligações entre as ciências e a reflexão interdisciplinar. Em outras palavras, é

necessário superar a visão da ciência como campo autônomo ou

autorreferente, ou como atividade nobre e desinteressada, cuja função

primordial seria romper com o mundo das sombras, das ideologias, do

conhecimento vulgar, das crenças tradicionais, dos valores, do saber popular

etc. (GAMBOA, 2012, p. 199).

O Museu Goeldi de Portas Abertas segue essa linha pedagógica, esse segmento da

epistemologia em pesquisa educacional a que Gamboa se refere, uma vez que apresenta em

suas ações museais as diretrizes apontadas na proposta epistemológica da educação museal.

De acordo com Quadros (2019, p. 41), “[...] na busca de realizar o exercício de investigar

a fim de se elaborar epistemologia, uma das preocupações necessárias diz respeito à ‘lacuna

do conhecimento’, ou seja, verificar a partir do que já foi produzido, o que ‘ainda não foi dito’”.

A partir desse princípio, Quadros (2019) realizou um amplo estudo sobre o programa e

concluiu que o Museu Goeldi de Portas Abertas contribui efetivamente para a composição do

campo epistemológico da educação museal na Amazônia Paraense, uma vez que seu estudo

buscou analisar as questões ligadas à cultura científica que perpassam o programa.

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