História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Helena do Socorro A. Quadros (in memorian), Carlos Jorge Paixão, Silvio Sanchez GamboaFigura 1 – Logomarca do programa Museu Goeldi de Portas AbertasFonte: Arte de Norberto FerreiraO Museu Goeldi de Portas Abertas é coordenado pelo SEEDU, afinalAo Serviço de Educação compete planejar e executar programas educativos ede inclusão social, de acordo com as especificidades dos diversos públicos doMuseu Goeldi visando o desenvolvimento sociocultural e o exercício dacidadania das populações amazônicas [...]. (BRASIL, 2016, Art. 29).Portanto, o SEEDU “[...] é a ligação da pesquisa científica com a sociedade amazônica,especialmente por atuar na valorização da cidadania” (QUADROS, 2019, p. 108).A atuação do Serviço de Educação do MPEG não se limita ao Portas Abertas, foco destetexto; pelo contrário, se multiplica nos diversos projetos sob sua responsabilidade, como OMuseu Goeldi leva Educação em Ciência à Comunidade; o Clube do Pesquisador Mirim; oProjeto Vivências; O Jardim Botânico vai à Escola; Museologia, Educação e Sustentabilidade;Expedição de Férias no Museu Goeldi; Festival de Gastronomia Inteligente; além de projetosrealizados em parceria com a comunidade, como o Ponto de Memória do bairro da TerraFirme e o Coletivo Jovem de Meio Ambiente Pará.380
Epistemologia museal: uma análise do projeto Museu Goeldi de Portas AbertasConceitualmente, os referidos projetos adotam a educação em ciência, a museologiasocial e a educação museal como princípios norteadores, o que confirma a reflexão deMonaco (2013, p. 12-13) sobre a ação educativa dos museus:Essa ideia, de que o museu possui um modo próprio de desenvolver suadimensão educacional, parece ser um consenso entre muitos teóricos da áreaque defendem existir uma especificidade no fazer-pensar da educação emmuseus, que perpassa desde a constituição das equipes educativas até aexistência de uma pedagogia própria associada a esse fazer.Ainda de acordo com Monaco (2013, p. 13), é inegável que “[...] essa dimensãoeducativa, própria aos museus, pode ser atribuída em parte à constituição das práticaseducativas e a consolidação das equipes responsáveis pelos setores educativos”. Daí aimportância do SEEDU do Museu Goeldi e das coordenações divididas por área de atuação.Porque os museus não somente trabalham para e com o público, mas sua matériaprimaé a cultura humana, eles “[...] sofrem a influência de todas as esferas sociais,atribuindo-lhes papéis cada vez mais complexos em sua atuação educativa” (MONACO, 2013,p. 13). Nesse sentido, o MPEG desenvolve projetos que atendem a alunos de escolas públicase outros que levam a educação museal a bairros periféricos da cidade, como os projetos jácitados.O museu também busca se adaptar constantemente para receber pessoas comdeficiência: na edição de 2018 do Museu Goeldi de Portas Abertas, por exemplo, uma escolado bairro da Terra Firme (um dos mais populosos de Belém) levou um aluno cego e, apesardo excelente trabalho de recepção e de ter havido a possibilidade de explorar uma parte davisita por meio do tato, ficou clara a falta de equipamentos e estrutura para um atendimentoadequado ao referido aluno.Esse incidente isoladamente não representa um problema – a identificação da falha ea adaptação dela decorrente é um movimento inerente ao histórico da educação museal:Hoje, quase centenária, a Educação Museal progride enquanto campo deatuação de educadores e pesquisadores, chegando ao século XXI com grandesdemandas e importantes contribuições à formação humana, mas ainda carecede questões básicas no que tange às políticas públicas, na consolidação comocampo de pesquisa e atuação profissional. Contudo, vale observar que os381
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Epistemologia museal: uma análise do projeto Museu Goeldi de Portas Abertas
Conceitualmente, os referidos projetos adotam a educação em ciência, a museologia
social e a educação museal como princípios norteadores, o que confirma a reflexão de
Monaco (2013, p. 12-13) sobre a ação educativa dos museus:
Essa ideia, de que o museu possui um modo próprio de desenvolver sua
dimensão educacional, parece ser um consenso entre muitos teóricos da área
que defendem existir uma especificidade no fazer-pensar da educação em
museus, que perpassa desde a constituição das equipes educativas até a
existência de uma pedagogia própria associada a esse fazer.
Ainda de acordo com Monaco (2013, p. 13), é inegável que “[...] essa dimensão
educativa, própria aos museus, pode ser atribuída em parte à constituição das práticas
educativas e a consolidação das equipes responsáveis pelos setores educativos”. Daí a
importância do SEEDU do Museu Goeldi e das coordenações divididas por área de atuação.
Porque os museus não somente trabalham para e com o público, mas sua matériaprima
é a cultura humana, eles “[...] sofrem a influência de todas as esferas sociais,
atribuindo-lhes papéis cada vez mais complexos em sua atuação educativa” (MONACO, 2013,
p. 13). Nesse sentido, o MPEG desenvolve projetos que atendem a alunos de escolas públicas
e outros que levam a educação museal a bairros periféricos da cidade, como os projetos já
citados.
O museu também busca se adaptar constantemente para receber pessoas com
deficiência: na edição de 2018 do Museu Goeldi de Portas Abertas, por exemplo, uma escola
do bairro da Terra Firme (um dos mais populosos de Belém) levou um aluno cego e, apesar
do excelente trabalho de recepção e de ter havido a possibilidade de explorar uma parte da
visita por meio do tato, ficou clara a falta de equipamentos e estrutura para um atendimento
adequado ao referido aluno.
Esse incidente isoladamente não representa um problema – a identificação da falha e
a adaptação dela decorrente é um movimento inerente ao histórico da educação museal:
Hoje, quase centenária, a Educação Museal progride enquanto campo de
atuação de educadores e pesquisadores, chegando ao século XXI com grandes
demandas e importantes contribuições à formação humana, mas ainda carece
de questões básicas no que tange às políticas públicas, na consolidação como
campo de pesquisa e atuação profissional. Contudo, vale observar que os
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