História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Alexandre Guida Navarro, Helder Luiz B. de Bello, Karen Cristina C. da Conceiçãorestos de massas argilosas que foram descartadas em algum momento pelos antigos povosde tradição ceramista. Por fim, complementando estes conjuntos de bens patrimoniaismantidos sob a guarda do LARQ, há um quantitativo menor de peças que são oriundas dedoações e um outro montante que corresponde a um grupo de peças que são recebidasatravés do sistema de endossos institucionais.Os objetos em estudo no Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal doMaranhão são resultado do projeto de pesquisa acadêmica – “O povo das águas: cartaarqueológica das estearias da porção centro norte da Baixada Maranhense”, capitaneado peloProf. Dr. Alexandre Guida Navarro. Em linha sempre crescente, esta importante coleção,reunida, acondicionada, armazenada, catalogada, analisada e interpretada nas instalaçõesfísicas do laboratório, exige o empreendimento de ações gerenciais de planejamento e aadoção de medidas específicas de controle e organização, relativas ao sistema de gestão deacervo, objetivando assegurar a sua salvaguarda, recuperar informações e disponibilizar oseu acesso com fluidez, segurança e celeridade, para fins de estudos, pesquisas ecomunicações.No presente momento, existem basicamente duas tipologias de acervos em estudo noLARQ: os objetos cerâmicos e os líticos, encontrando-se também, em número bastantereduzido, peças confeccionadas em madeira, a exemplo de cabeamento de machadinha,fragmento de um tacape ou remo e partes de esteios. Desta forma, todo o trabalho de gestãodo acervo é planejado e executado em virtude do material de constituição desses objetos,acondicionando-se separadamente os artefatos cerâmicos e os líticos, sendo as peçascerâmicas agrupadas pela categorização de classes, que são definidas a partir da análise dascaracterísticas físicas que os artefatos apresentam, conforme a composição e o formato daborda, parede e base, bem como das suas respectivas variações de elementos e elaboraçõesdecorativas.Em um ambiente laboratorial dedicado ao estudo da cultura material, e que mantémpermanentemente a guarda e o armazenamento de milhares de objetos, é fundamental ainstituição de procedimentos técnicos padronizados. Não raro, por força impositiva do360

A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologiaexercício prático, certos procedimentos técnicos são executados seguindo um padrão que sebaseia na mera observância de comunicações orais, o que, em muitos casos, dá margem aoatributo da improvisação, da criação individualizada e subjetiva por parte do executor dasatividades. Esta característica indica a real necessidade de se registrar textualmente todos osprocessos que envolvam o emprego de certa especialidade laboral, considerada pertinente eessencial ao bom desenvolvimento dos trabalhos técnicos, estabelecendo oficialmente anormalização e a padronização dos procedimentos planificados.No Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Maranhão, diversas açõestécnicas, que necessitam do estabelecimento formal de padronizações, são empreendidas nocumprimento das suas atividades laborais e de pesquisa. Em um momento posterior aotrabalho de campo são, imediatamente, executados os procedimentos descritos a seguir.Acondicionamento provisório de todo o material coletado em campo: normalmente, aspeças coletadas ao longo do período de trabalho de campo são acondicionadas em sacosplásticos. Essas embalagens provisórias são identificadas através do uso de fichas de campo querecebem o registro do sítio arqueológico onde os artefatos foram encontrados. Em um segundomomento, todo o material coletado é armazenado em caixas plásticas de engradado que sãoutilizadas para proteger os artefatos durante os processos de deslocamento e transporte;Higienização: as peças provenientes do trabalho de campo são devidamentehigienizadas uma a uma, numa ação meticulosa e delicada. Habitualmente, os fragmentossão lavados em água corrente com o auxílio de escovas de cerdas macias, adotando-se omáximo de cuidado e atenção para não provocar nenhum dano aos artefatos. A atenção éredobrada nos casos de fragmentos que são policromados ou que estejam fragilizados.Nestes dois casos, a depender das circunstâncias ou do grau de fragilidade, opta-se pela nãoutilização de água, usando-se apenas um pincel com pelo macio para a execução mecânicada limpeza. Há uma recomendação técnica nos manuais de conservação para que não sejamlavadas as peças que possuam policromia, contudo, no Laboratório de Arqueologia da UFMAé comum o uso de água no processo de higienização dos fragmentos, uma vez que, essesartefatos foram coletados, na sua grande maioria, em ambientes subaquáticos;361

A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologia

exercício prático, certos procedimentos técnicos são executados seguindo um padrão que se

baseia na mera observância de comunicações orais, o que, em muitos casos, dá margem ao

atributo da improvisação, da criação individualizada e subjetiva por parte do executor das

atividades. Esta característica indica a real necessidade de se registrar textualmente todos os

processos que envolvam o emprego de certa especialidade laboral, considerada pertinente e

essencial ao bom desenvolvimento dos trabalhos técnicos, estabelecendo oficialmente a

normalização e a padronização dos procedimentos planificados.

No Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Maranhão, diversas ações

técnicas, que necessitam do estabelecimento formal de padronizações, são empreendidas no

cumprimento das suas atividades laborais e de pesquisa. Em um momento posterior ao

trabalho de campo são, imediatamente, executados os procedimentos descritos a seguir.

Acondicionamento provisório de todo o material coletado em campo: normalmente, as

peças coletadas ao longo do período de trabalho de campo são acondicionadas em sacos

plásticos. Essas embalagens provisórias são identificadas através do uso de fichas de campo que

recebem o registro do sítio arqueológico onde os artefatos foram encontrados. Em um segundo

momento, todo o material coletado é armazenado em caixas plásticas de engradado que são

utilizadas para proteger os artefatos durante os processos de deslocamento e transporte;

Higienização: as peças provenientes do trabalho de campo são devidamente

higienizadas uma a uma, numa ação meticulosa e delicada. Habitualmente, os fragmentos

são lavados em água corrente com o auxílio de escovas de cerdas macias, adotando-se o

máximo de cuidado e atenção para não provocar nenhum dano aos artefatos. A atenção é

redobrada nos casos de fragmentos que são policromados ou que estejam fragilizados.

Nestes dois casos, a depender das circunstâncias ou do grau de fragilidade, opta-se pela não

utilização de água, usando-se apenas um pincel com pelo macio para a execução mecânica

da limpeza. Há uma recomendação técnica nos manuais de conservação para que não sejam

lavadas as peças que possuam policromia, contudo, no Laboratório de Arqueologia da UFMA

é comum o uso de água no processo de higienização dos fragmentos, uma vez que, esses

artefatos foram coletados, na sua grande maioria, em ambientes subaquáticos;

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