História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Alexandre Guida Navarro, Helder Luiz B. de Bello, Karen Cristina C. da Conceiçãode documentação, conservação e pesquisa referente aos objetos que integram as maisdiferentes tipologias de acervo.A documentação: a documentação se processa através do registro organizado esistematizado de toda e qualquer informação produzida a partir do estudo pormenorizado doobjeto. O seu foco principal reside na mecânica da recuperação dos conteúdos informativosque foram gerados em torno das peças que integram um determinado acervo ou coleção.Padilha (2014) sinaliza que a documentação pode ser tratada sob dois aspectos: adocumentação referente aos objetos do acervo e a documentação administrativa, quecorresponde aos aspectos legais e gerenciais no movimento cotidiano das organizações.A sistematização e o desenvolvimento dos processos da documentação alimentam edão suporte a uma série de outras importantes ações institucionais como: a realização deatividades de cunho educativo e/ou cultural; a produção de catálogos, livretos, cartilhas,folhetos etc.; a idealização de montagens expositivas de curta ou longa durações; ainstrumentalização de pesquisas de caráter científico, dentre outros processos. A realizaçãode todas essas atividades gera uma série de novas informações, que serão igualmentedocumentadas, criando assim um sistema permanente de retroalimentação.O desenvolvimento da documentação científica, nas instituições que lidam com aguarda de objetos da cultura material, é algo tão fundamental que não é descabido afirmarque toda a base estrutural do processo de preservação, da produção do conhecimento e, deuma forma mais ampla, das linhas de comunicação e diálogos que devem ser estabelecidoscom os mais diversos segmentos da sociedade, através das ações educativas e culturais, dasmostras expositivas ou das publicações, estarão inevitavelmente comprometidas se osinstrumentos e os processos da documentação forem inadequados, ineficientes e/ouirregulares.Por fim, é importante salientar, neste processo reflexivo do relevante papel dadocumentação no trabalho que engloba a gestão de acervo, empreendida pelas instituiçõesque lidam com o tratamento da cultura material, que as ações técnicas não devem ser exercidascomo um fim em si mesmas, mas sobretudo como um meio, um instrumento indutor de354
A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologiapráticas cidadãs, um vetor capaz de permitir mudanças na realidade e elevar em qualidade opropósito maior da educação e da comunicação, e que coloque os objetos representativos etestemunhos do passado a serviço do homem da atualidade. Neste sentido, “para que a açãodocumental não seja esgotada em si mesma é necessário que o técnico esteja comprometidocom a cidadania e com a transformação da sociedade” (SANTOS, 1994, p. 86).A conservação: a conservação, a preservação e a salvaguarda representam uma dasprincipais funções dos profissionais que lidam com a manutenção de acervos e coleções,estejam estes conjuntos de bens patrimoniais depositados em reservas técnicas deinstituições museológicas e afins, ou nas dependências de um laboratório de arqueologia. Ocompromisso e a responsabilidade profissional do chamado conservador de benspatrimoniais leva este profissional a adotar, conforme aponta a Cartilha de Gestão de Riscosao Patrimônio Musealizado Brasileiro (IBRAM, 2013), o perfil de um gestor de riscos queassocia os conhecimentos específicos ao emprego dos recursos necessários, com a intençãode prevenir os riscos, atenuar os efeitos e saber responder adequadamente às situações deemergência, evitando ou minimizando perdas advindas de ameaças, acidentes e desastres.Os especialistas do Instituto Brasileiro de Museus, responsáveis pela elaboração daCartilha de Gestão de Riscos, elencam uma série de agentes de riscos em relação aos quais épreciso lidar e enfrentar, considerando as possibilidades de danos, direcionando a atençãodevida, dedicando estudos específicos e formulando planos de detecção, controle emitigação. Esses chamados agentes de riscos podem ser identificados por ações decorrentesde forças físicas (provocados por danos de ordem mecânica, choques, tensões, vibraçõesconstantes, compressões indevidas, fricções e abrasões); de furto, roubo e atos devandalismo; de incêndios; por contato direto com água (infiltrações, vazamentos, respingos,inundações); da ação de pragas (bactérias, fungos, insetos, roedores, aves e morcegos); dapresença recorrente de poluentes (poeira, substâncias químicas presentes em produtos delimpeza utilizados na manutenção dos ambientes); do excesso de luminosidade e da radiaçãoultravioleta e infravermelha; da inconstância do controle de temperatura e umidade (altademais, baixa demais ou em constante e grande oscilação); e, por fim, pela dissociação,355
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A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologia
práticas cidadãs, um vetor capaz de permitir mudanças na realidade e elevar em qualidade o
propósito maior da educação e da comunicação, e que coloque os objetos representativos e
testemunhos do passado a serviço do homem da atualidade. Neste sentido, “para que a ação
documental não seja esgotada em si mesma é necessário que o técnico esteja comprometido
com a cidadania e com a transformação da sociedade” (SANTOS, 1994, p. 86).
A conservação: a conservação, a preservação e a salvaguarda representam uma das
principais funções dos profissionais que lidam com a manutenção de acervos e coleções,
estejam estes conjuntos de bens patrimoniais depositados em reservas técnicas de
instituições museológicas e afins, ou nas dependências de um laboratório de arqueologia. O
compromisso e a responsabilidade profissional do chamado conservador de bens
patrimoniais leva este profissional a adotar, conforme aponta a Cartilha de Gestão de Riscos
ao Patrimônio Musealizado Brasileiro (IBRAM, 2013), o perfil de um gestor de riscos que
associa os conhecimentos específicos ao emprego dos recursos necessários, com a intenção
de prevenir os riscos, atenuar os efeitos e saber responder adequadamente às situações de
emergência, evitando ou minimizando perdas advindas de ameaças, acidentes e desastres.
Os especialistas do Instituto Brasileiro de Museus, responsáveis pela elaboração da
Cartilha de Gestão de Riscos, elencam uma série de agentes de riscos em relação aos quais é
preciso lidar e enfrentar, considerando as possibilidades de danos, direcionando a atenção
devida, dedicando estudos específicos e formulando planos de detecção, controle e
mitigação. Esses chamados agentes de riscos podem ser identificados por ações decorrentes
de forças físicas (provocados por danos de ordem mecânica, choques, tensões, vibrações
constantes, compressões indevidas, fricções e abrasões); de furto, roubo e atos de
vandalismo; de incêndios; por contato direto com água (infiltrações, vazamentos, respingos,
inundações); da ação de pragas (bactérias, fungos, insetos, roedores, aves e morcegos); da
presença recorrente de poluentes (poeira, substâncias químicas presentes em produtos de
limpeza utilizados na manutenção dos ambientes); do excesso de luminosidade e da radiação
ultravioleta e infravermelha; da inconstância do controle de temperatura e umidade (alta
demais, baixa demais ou em constante e grande oscilação); e, por fim, pela dissociação,
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