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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Alexandre Guida Navarro, Helder Luiz B. de Bello, Karen Cristina C. da Conceição

Imbricadas desde o berço, arqueologia e museologia têm uma relação muito próxima.

Segundo Marlene Suano (1986), ainda no período Renascentista, entre os séculos XV e XVI,

a arqueologia revelou ao mundo a existência de extraordinárias coleções de objetos variados

que pertenceram aos faraós e imperadores da Antiguidade. Esses conjuntos de objetos,

posteriormente colecionados pela realeza europeia, por estudiosos e curiosos das ciências, e

revelados pela ação dos primeiros esboços do que viria a ser a arqueologia, impulsionaram

o surgimento da instituição museu, tal como hoje o entendemos, assim como o impuseram

ao exercício de uma prática elementar que muito contribuiu para o desenvolvimento e a

profissionalização na área museal. Ambas as ciências passaram por processos de

questionamentos e períodos de renovação que levaram a formação de novos pressupostos

traduzidos no surgimento dos movimentos da Nova Arqueologia e da Nova Museologia, que

buscam acima de tudo estabelecer um diálogo mais próximo com as sociedades

contemporâneas.

Ainda no campo das semelhanças e proximidades é possível, e imprescindível,

relacionar a forma como as duas ciências entendem, lidam e tratam a cultura material: um

sistema estruturado de signos que, na visão de Tânia Andrade Lima, devem ser lidos como

textos materiais, tendo a sua sintaxe desvendada, sem esquecer, contudo, que existem

formas personalizadas e diferenciadas de leitura, além de modos múltiplos de interpretação.

“Por meio de discursos materiais as pessoas falam silenciosamente sobre si mesmas, sobre

sua visão de mundo, sobre o que não pode ou não deve ser dito verbalmente. [...]” (LIMA,

2011). Os artefatos, prossegue ainda a autora, “são capazes de fornecer dados relevantes para

a compreensão não apenas do processo evolutivo, mas das histórias evolutivas específicas

dos seus usuários” (LIMA, 2011, p. 7).

O caráter documental da cultura material impõe às instituições, sejam elas

identificadas como centro de pesquisa ou museus, que lidam com estes acervos portadores

de signos e símbolos, a árdua e volumosa tarefa de gerir essas coleções, que em geral estão

numericamente sempre em sentido crescente, com propriedades e habilidades específicas e

sistematizadas, que conduzam à eficiência na organização, pesquisa, documentação,

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