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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologia

A dualidade dimensional da cultura material será fator determinante do campo e da

forma de atuação de diversas ciências, extrapolando os limites da Arqueologia:

Reflexões que exploram o papel da materialidade nas sociedades humanas e

as interações entre artefatos e relações sociais têm sido conduzidas, além dos

arqueólogos, por pesquisadores em ciências sociais e humanas envolvidos

com a história da tecnologia, da arte, da arquitetura e do design, bem como

com semiologia, sociologia, antropologia cultural, história social, geografia,

ciência da cognição, psicologia, museologia, entre outras. Se por um lado,

Arqueologia é estudo da cultura material, por outro, os estudos de cultura

material transcendem a prática arqueológica (LIMA, 2011, p. 12).

No seu transcurso de amadurecimento e desenvolvimento das suas bases de atuação e

de significação enquanto ciência, a arqueologia percorreu um longo caminho permeado de

discussões e reações afirmativas ou negativas em torno da definição do seu objeto de estudo

e da sua linha de atuação no campo científico. Todo este processo de aprimoramento e

constante inquietação propiciou um movimento de renovação dos estudos arqueológicos,

dando robustez ao grupo que acredita ser a arqueologia o estudo da cultura material que busca

compreender as relações sociais e as transformações na sociedade (FUNARI, 2014, p. 15).

A arqueologia, assim como inúmeras outras disciplinas que formam o vasto campo do

conhecimento, não atua de forma isolada ou sem estabelecer inter-relações

multidisciplinares. O estudo da cultura material, de todo o imenso arsenal de artefatos que

fazem parte do cotidiano do ser humano depende, em muitos casos, da interação da

arqueologia com outras áreas. (FUNARI, 2014, p. 85). Neste sentido, a arqueologia dialoga e

se apoia de forma complementar com a história, a antropologia, biologia, geografia, arte,

arquitetura, filosofia, linguística, entre outras. De acordo com Funari (2014, p. 97) “a

arqueologia não pode ser pensada, ainda, sem a referência à museologia, aos estudos de

gestão do patrimônio, ao seu aspecto público.” O ato de preservar é carregado de contornos

subjetivos e políticos, na medida em que definimos o que deve ser preservado. “Nesse

contexto, “o que preservar? ”, “como fazê-lo? ” e “para quê? ” são algumas das questões que

ligam a arqueologia à museologia, à preservação do patrimônio e à educação patrimonial

[...]” (FUNARI, 2014, p. 97-98).

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