História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Alexandre Guida Navarro, Helder Luiz B. de Bello, Karen Cristina C. da ConceiçãoO interesse em abordar a temática advém da percepção prática do grau de importânciaque ganha as padronizações e as sistematizações das ações técnicas no ambiente cotidianode um laboratório científico que lida com um volumoso, e sempre crescente, número deobjetos da cultura material, bem como, a escassez bibliográfica do assunto que sirva deinstrumento norteador para o exercício prático das atividades ligadas ao registro erecuperação da informação produzida, ao armazenamento, a conservação e a preservaçãodas peças colecionadas.Todo o processo analítico e de pesquisa estruturou-se e fundamentou-se através doestudo de caso, tendo como objeto de estudo o Laboratório de Arqueologia da UniversidadeFederal do Maranhão, numa abordagem de observação direta, considerando-se nãosimplesmente o olhar crítico e afastado do pesquisador, mas, sobretudo, a percepção ativa,envolvida e participativa de um elemento integrante do ambiente laboral em análise. Destaforma, observou-se in loco, as ações, os processos e os métodos laborais, apoiado pelaconsulta bibliográfica científica e pertinente, fundamentada em autores como Chagas (2005),Semedo (2005), Padilha (2014), Santos (1994), Ferrez (1994) entre outros, objetivando semprea práxis, no sentido de apontar caminhos para o aperfeiçoamento, a melhoria e a eficiênciados trabalhos propostos e empreendidos.A cultura material e a relação arqueologia e museologiaOs objetos materiais produzidos pela ação humana são elementos carregados deindicativos das relações sociais existentes entre os indivíduos e os grupos, em seus contextosde produção e utilização. Na condição de vestígios materiais indicadores de relações, osartefatos impõem uma leitura própria, que os considere não apenas como portadores deinformações concretas, mas, sobretudo, como algo a ser interpretado, atentando-se para asduas dimensões que caracterizam esses objetos, sendo uma de ordem prática,correspondente às suas funções primárias, e outra de ordem simbólica, equivalente às suasfunções secundárias (FUNARI, 2014, p. 33).350
A cultura material e a relação entre a arqueologia e a museologiaA dualidade dimensional da cultura material será fator determinante do campo e daforma de atuação de diversas ciências, extrapolando os limites da Arqueologia:Reflexões que exploram o papel da materialidade nas sociedades humanas eas interações entre artefatos e relações sociais têm sido conduzidas, além dosarqueólogos, por pesquisadores em ciências sociais e humanas envolvidoscom a história da tecnologia, da arte, da arquitetura e do design, bem comocom semiologia, sociologia, antropologia cultural, história social, geografia,ciência da cognição, psicologia, museologia, entre outras. Se por um lado,Arqueologia é estudo da cultura material, por outro, os estudos de culturamaterial transcendem a prática arqueológica (LIMA, 2011, p. 12).No seu transcurso de amadurecimento e desenvolvimento das suas bases de atuação ede significação enquanto ciência, a arqueologia percorreu um longo caminho permeado dediscussões e reações afirmativas ou negativas em torno da definição do seu objeto de estudoe da sua linha de atuação no campo científico. Todo este processo de aprimoramento econstante inquietação propiciou um movimento de renovação dos estudos arqueológicos,dando robustez ao grupo que acredita ser a arqueologia o estudo da cultura material que buscacompreender as relações sociais e as transformações na sociedade (FUNARI, 2014, p. 15).A arqueologia, assim como inúmeras outras disciplinas que formam o vasto campo doconhecimento, não atua de forma isolada ou sem estabelecer inter-relaçõesmultidisciplinares. O estudo da cultura material, de todo o imenso arsenal de artefatos quefazem parte do cotidiano do ser humano depende, em muitos casos, da interação daarqueologia com outras áreas. (FUNARI, 2014, p. 85). Neste sentido, a arqueologia dialoga ese apoia de forma complementar com a história, a antropologia, biologia, geografia, arte,arquitetura, filosofia, linguística, entre outras. De acordo com Funari (2014, p. 97) “aarqueologia não pode ser pensada, ainda, sem a referência à museologia, aos estudos degestão do patrimônio, ao seu aspecto público.” O ato de preservar é carregado de contornossubjetivos e políticos, na medida em que definimos o que deve ser preservado. “Nessecontexto, “o que preservar? ”, “como fazê-lo? ” e “para quê? ” são algumas das questões queligam a arqueologia à museologia, à preservação do patrimônio e à educação patrimonial[...]” (FUNARI, 2014, p. 97-98).351
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Alexandre Guida Navarro, Helder Luiz B. de Bello, Karen Cristina C. da Conceição
O interesse em abordar a temática advém da percepção prática do grau de importância
que ganha as padronizações e as sistematizações das ações técnicas no ambiente cotidiano
de um laboratório científico que lida com um volumoso, e sempre crescente, número de
objetos da cultura material, bem como, a escassez bibliográfica do assunto que sirva de
instrumento norteador para o exercício prático das atividades ligadas ao registro e
recuperação da informação produzida, ao armazenamento, a conservação e a preservação
das peças colecionadas.
Todo o processo analítico e de pesquisa estruturou-se e fundamentou-se através do
estudo de caso, tendo como objeto de estudo o Laboratório de Arqueologia da Universidade
Federal do Maranhão, numa abordagem de observação direta, considerando-se não
simplesmente o olhar crítico e afastado do pesquisador, mas, sobretudo, a percepção ativa,
envolvida e participativa de um elemento integrante do ambiente laboral em análise. Desta
forma, observou-se in loco, as ações, os processos e os métodos laborais, apoiado pela
consulta bibliográfica científica e pertinente, fundamentada em autores como Chagas (2005),
Semedo (2005), Padilha (2014), Santos (1994), Ferrez (1994) entre outros, objetivando sempre
a práxis, no sentido de apontar caminhos para o aperfeiçoamento, a melhoria e a eficiência
dos trabalhos propostos e empreendidos.
A cultura material e a relação arqueologia e museologia
Os objetos materiais produzidos pela ação humana são elementos carregados de
indicativos das relações sociais existentes entre os indivíduos e os grupos, em seus contextos
de produção e utilização. Na condição de vestígios materiais indicadores de relações, os
artefatos impõem uma leitura própria, que os considere não apenas como portadores de
informações concretas, mas, sobretudo, como algo a ser interpretado, atentando-se para as
duas dimensões que caracterizam esses objetos, sendo uma de ordem prática,
correspondente às suas funções primárias, e outra de ordem simbólica, equivalente às suas
funções secundárias (FUNARI, 2014, p. 33).
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