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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Filipe N. Silva, Pedro Paulo A. Funari

se outras para retardar a crítica epistemológica: a metodologia hierárquica e militar em

campo, assim como técnicas de análise descritivas e com pretensão à neutralidade, como as

tipologias. Situação de alguma forma similar fez preservar-se nos museus exposições

descritivas (FUNARI, 1995; 1997), ainda que os serviços educativos tenham atuado de maneira

crítica mesmo nas instituições que menos mudaram suas apresentações expográficas.

As últimas décadas testemunharam um crescente envolvimento com a sociedade, em

suas contradições, e, muitas vezes, em prol do pluralismo e da diversidade, pela convivência.

Na América Latina, a Arqueologia Social Latino-Americana (BENAVIDES, 2011), a luta contra

ditaduras e pelos direitos humanos (FUNARI; ZARANKIN; SALERNO, 2005; FUNARI;

BEZERRA, 2012), a atuação com e pelas pessoas (FUNARI 1994; 2002; 2003; POLONI 2009;

FUNARI; SILVA, 2010) podem ser ações e produções no sentido da defesa da diversidade e da

pluralidade. Isso se refere também à relação dos seres humanos com os animais e com o

ambiente como um todo. A Arqueologia seria de particular relevância com o Congresso

Mundial de Arqueologia (FUNARI, 2006), fundado em 1986, a partir de princípios de inclusão

de indígenas, leigos em geral, estudiosos das mais diversas áreas, sem distinção hierárquica,

etária, racial, centro ou periferia, ou qualquer outra, aberta ao outro, à convivência.

A Arqueologia Pública participa dessa perspectiva (OLIVEIRA, 2005; FERREIRA, 2009).

Seria este um movimento inexorável, uma evolução natural em direção ao convívio pacífico

e harmonioso? Não o sabemos (FUNARI, 2008; GONZÁLEZ-RUIBAL, 2008), pois nada está

decidido de antemão e, ao contrário, somos nós a defender o respeito da diversidade no

futuro (FUNARI; OLIVEIRA; TAMANINI, 2007).

Isso é tanto mais relevante no momento atual, nos anos 2020, em meio ao

recrudescimento de nacionalismos, xenofobia e tantos mais trejeitos infensos ao convívio,

em toda parte, inclusive no Brasil (SOARES; FUNARI, 2013). Arqueologia, História, Museu e

Educação podem ser potentes aliados nessa luta pelo respeito ao outro, pela diversidade

(FUNARI; ZARANKIN; STOVEL, 2005), pela inclusão e contra o uso violento do passado

(FUNARI; PELEGRINI, 2006), com fins opressivos no presente e no futuro.

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