História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias
Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.
Janise Maria Monteiro Rodrigues VianaOs museus, de maneira geral, podem ser compreendidos como ambientesprivilegiados de conhecimento, fomentam nos visitantes transformações de atitudes,especialmente aquelas relacionadas aos sentimentos incipientes de cidadania. Além disso,incentivam a educação patrimonial, a qual pode ser entendida, de acordo com Horta,Grunberg e Monteiro (1999, p. 4) comoUm processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado noPatrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimentoindividual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com asevidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos,sentidos e significados, o trabalho da Educação Patrimonial busca levar ascrianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação evalorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufrutodestes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos,num processo contínuo de criação cultural.Nos termos de Horta, Grunberg e Monteiro (1999), trata-se, portanto, de um espaço voltadopara a produção do conhecimento crítico e a apropriação consciente pelos indivíduos do seuPatrimônio.Assim sendo, pode-se dizer que o Patrimônio Cultural Imaterial, é um fatorindispensável no processo de preservação sustentável do bem cultural, assim como nofortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania. Remete ainda à museologia social,a respeito da qual Quadros (2018, p. 97) explica que:É uma das áreas do campo da Museologia que percebe a importância de queos museus ampliem suas percepções de sociedade, dando valor, também, auma cultura imaterial, abrindo espaço para uma visão democrática dentrodesses museus, a qual não oprime qualquer tipo de classe.Em outras palavras, o Museu do Círio é uma instituição de memória coletiva, e, portanto,detentora de coleções e de indícios patrimoniais e identitários.Trata-se de entendê-lo como instituição social, cultural e histórica, fomentadora deargumentos culturais, políticos e éticos, que se vinculam a uma temporalidade e àspeculiaridades de uma sociedade. É, segundo Pereira (2007), também, um lugar deencantamento, entretenimento, admiração, reflexão, confronto e diálogo.320
Museu do Círio: educação patrimonial e museal em Belém do ParáA Educação Patrimonial é, portanto, um instrumento de “instrução cultural” quefavorece com que o indivíduo faça a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensãodo universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que se encontra inserido. Esteprocesso pode conduzir ao reforço da autoconfiança dos sujeitos e comunidades e àvalorização da múltipla e plural cultura brasileira.Entender o Museu do Círio como motivador da cultura popular paraense e componentede uma educação patrimonial requer assimilar que o Patrimônio Cultural Brasileiro não seversa apenas aos objetos históricos e artísticos, aos monumentos representativos damemória nacional ou aos centros históricos já conceituados e preservados pelas Instituiçõese agentes governamentais, pois conforme Medina (2017, p. 106):El patrimonio cultural puede ser entendido como un acuerdo social (entre losdistintos agentes sociales, entre instituciones e individuos…), sobre aquellosaspectos de nuestra cultura que, por un lado, consideramos que sonrepresentativos de nuestra producción (que nos “representan” y que, portanto, forman parte de nuestra identidad colectiva) y que por este mismomotivo son susceptibles de ser conservados y legados a las próximasgeneraciones. Puede ser contemplado como nexo entre pasado y presente (eincluso parte del futuro) y, habitualmente, está relacionado con las identidadescolectivas, en la medida en que forma parte de la producción y del devenir queda sentido y originalidad a la sociedad como tal.É conceber que há outras formas de expressão cultural que contemplam o patrimônio vivoda sociedade brasileira, como: artesanatos; modos de pescar e caçar; modos de plantar,cultivar e colher; diferentes formas de utilização de plantas como alimentos e remédios;construção de moradias; culinária; danças e músicas. Até mesmo, modos de vestir e falar,assim como os ritos e festas religiosas e populares, as relações sociais e familiares, as quaisdemonstram os variados aspectos que podem assumir a cultura viva e presente de uma dadacomunidade.Para Braga (2017), a educação museal passa pela compreensão de que os museustambém são, por essência, ambientes formativos, voltados não para qualquer educação, massim, para uma educação sensível, ética e estética, uma vez que os espaços museais sãoespaços privilegiados para ver, ouvir, sentir e partilhar. Segundo o autor, constituem-se em321
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Janise Maria Monteiro Rodrigues Viana
Os museus, de maneira geral, podem ser compreendidos como ambientes
privilegiados de conhecimento, fomentam nos visitantes transformações de atitudes,
especialmente aquelas relacionadas aos sentimentos incipientes de cidadania. Além disso,
incentivam a educação patrimonial, a qual pode ser entendida, de acordo com Horta,
Grunberg e Monteiro (1999, p. 4) como
Um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no
Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento
individual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com as
evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos,
sentidos e significados, o trabalho da Educação Patrimonial busca levar as
crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e
valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto
destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos,
num processo contínuo de criação cultural.
Nos termos de Horta, Grunberg e Monteiro (1999), trata-se, portanto, de um espaço voltado
para a produção do conhecimento crítico e a apropriação consciente pelos indivíduos do seu
Patrimônio.
Assim sendo, pode-se dizer que o Patrimônio Cultural Imaterial, é um fator
indispensável no processo de preservação sustentável do bem cultural, assim como no
fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania. Remete ainda à museologia social,
a respeito da qual Quadros (2018, p. 97) explica que:
É uma das áreas do campo da Museologia que percebe a importância de que
os museus ampliem suas percepções de sociedade, dando valor, também, a
uma cultura imaterial, abrindo espaço para uma visão democrática dentro
desses museus, a qual não oprime qualquer tipo de classe.
Em outras palavras, o Museu do Círio é uma instituição de memória coletiva, e, portanto,
detentora de coleções e de indícios patrimoniais e identitários.
Trata-se de entendê-lo como instituição social, cultural e histórica, fomentadora de
argumentos culturais, políticos e éticos, que se vinculam a uma temporalidade e às
peculiaridades de uma sociedade. É, segundo Pereira (2007), também, um lugar de
encantamento, entretenimento, admiração, reflexão, confronto e diálogo.
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