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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Museu do Círio: educação patrimonial e museal em Belém do Pará

saberes, sejam eles identitários, históricos ou culturais” (GONÇALVES, 2003, p. 32). Assim, o

patrimônio considerado coletivamente, apresentará expressão histórica se houver

representatividade no dia a dia das pessoas.

Chega-se, portanto, à concepção da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de

Pernambuco – FUNDARPE, – a respeito da Educação Patrimonial, enquanto aquela cuja a

peculiaridade pedagógico-didática utiliza-se do Patrimônio Cultural “[...] nos seus múltiplos

aspectos como instrumento de ação e de construção do conhecimento” (2011, p. 122). Como

elemento de trabalho educacional centrado no Patrimônio, o Museu do Círio é uma

experiência educativa efetiva porque se integra às dimensões da vida das pessoas, ou seja,

faz sentido e é percebido nas práticas cotidianas. Associa continuamente os bens culturais e

a vida cotidiana, através da criação de símbolos e da circulação de significados.

Pantoja e Maués (2008) ressaltam que na procissão estão presentes os elementos

fundamentais de uma identidade regional amazônica, como o caboclo, o pagador de

promessas e a própria imagem da Santa, em sua versão “peregrina”, a qual também remete

à identificação com elementos regionais através dos nítidos traços caboclos que possui.

Como exemplo de relação com diferentes elementos regionais, podemos citar novamente o

brinquedo de miriti, o qual traduz em sua forma aspectos da vida do sujeito amazônico,

principalmente de outros municípios, e que, por ocasião do Círio de Nazaré, representa um

dos elementos principais da festividade.

O Museu do Círio remete à identificação e fortalecimento dos vínculos da comunidade

paraense com o seu Patrimônio Cultural Imaterial e, simultaneamente, incentiva a

participação social em todas as etapas da preservação desse bem cultural. Representa um

espaço de aprendizagem e interação que favorece a mobilização e a reflexão de grupos

sociais diversos em relação ao seu próprio patrimônio. Simboliza um espaço transversal,

interdisciplinar e/ou transdisciplinar de aprendizagem, no qual o ato essencial ao processo

educativo pode potencializar o uso desse espaço público e comunitário como espaço

formativo.

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