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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Janise Maria Monteiro Rodrigues Viana

Acerca do processo histórico do Círio, Rocque (2014, p. 29) assinala que:

[...] o culto à virgem de Nazaré, em Belém, data do início do século XVIII. Um

homem simples, de nome Plácido, foi o responsável direto por esse culto”.

Sobre a representatividade da manifestação, Rocque afirma que “[...] o

paraense elegeu o dia dessa manifestação como o seu dia”, sendo o seu Dia

máximo, o dia em que esquece todos os problemas e vai à rua, saudar a

Berlinda que passa; é o dia em que esquece as rixas, as intrigas, e até perdoa

os inimigos. É o dia da confraternização paraense. É o Natal do Pará. É

interessante analisar este ponto: o Círio representa, para o paraense, o mesmo

que os festejos natalinos e de fim de ano representam para a comunidade

universal (ROCQUE, 2014, p. 11).

Conforme Lima (2005, p. 59), constitui-se em um “[...] evento de grandes proporções,

que se estende por todo o mês de outubro, o Círio envolve as mais diversas manifestações

culturais, sagradas e profanas, incorporadas aos festejos ao longo dos anos”. A cerimônia,

que ocorre anualmente há mais de 200 anos, atrai estudiosos, curiosos e devotos pagadores

de promessas. Para Maués, o Círio apresenta-se como

Um conjunto de rituais que incluem várias “romarias” (pequenas procissões),

a Trasladação, o Círio propriamente dito, a Festa de Arraial, as Novenas, as

Missas, as manifestações paralelas, mas integradas a ele, como a Festa das

Filhas da Chiquita, o Auto do Círio, a Feira de Brinquedos de Miriti, os fogos, a

Procissão da Festa, o Recírio e muitas outras formas de celebração religiosa

ou rituais paralelos. Como acontece em algumas festas religiosas católicas, o

Círio se compõe de duas procissões principais: a primeira, a chamada

Trasladação, é aquela que ocorre na noite anterior, que transporta a imagem

de um lugar para outro: ela segue das imediações da Basílica de Nazaré, onde

fica a maior parte do ano, para a Catedral, mais conhecida como Igreja da Sé.

Por ser noturna, essa procissão é feita à luz de velas (círios), embora as luzes

elétricas da cidade não se apaguem. No dia seguinte, pela manhã, é que se faz

a procissão principal, o Círio propriamente dito (MAUÉS, 2012, p. 164).

Pode-se dizer que o Círio de Nazaré representa uma das manifestações da Cultura

Popular dos paraenses. Por Cultura Popular entende-se

O conjunto de criações que emanam de uma comunidade cultural fundadas na

tradição, expressas por um grupo ou por indivíduos e reconhecidamente

respondem as expectativas da comunidade enquanto expressão de sua

identidade cultural e social; seus padrões e valores são transmitidos

oralmente, por imitação ou por outros meios. Suas formas, compreendem,

entre outras, a língua, a literatura, a música, a dança, os jogos, a mitologia, os

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