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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Janise Maria Monteiro Rodrigues Viana

Na concepção de Collomb (1998 apud TOURGEON, 2014), a importância de se integrar

o patrimônio imaterial nos espaços museológicos, está no fato de que, assim, o objeto pode

se tornar mais vivo e promover a restauração dos papéis sociais e patrimoniais, presentes e

remotos. Simultaneamente, o conjunto de informações que enriquecem as coleções

possibilita associar os indivíduos e os grupos sociais na conservação e na exposição

museológica. Antes de preocupar-se apenas com a conservação do objeto em sua forma

física, para Classen e Howes (2006 apud TOURGEON, 2014), os museus, por meio da

valorização e a integração do patrimônio imaterial contribuem também para manter a prática

do objeto pela comunicação e pela transmissão.

Para Tourgeon (2014, p. 71), “[...] o conceito de patrimônio imaterial tem um valor

heurístico que permite esclarecer as relações entre o material e o imaterial e desenvolver uma

concepção mais abrangente e rica do patrimônio”. Nesse sentido, ressalta-se que o

patrimônio imaterial não visa sobrepor-se ao patrimônio material, mas estreitar sua interação,

ou seja, permitir que um construa o outro. Ainda nas palavras do autor (2014), seria o imaterial

compondo o material e, ao mesmo tempo, o material acrescentando e expondo valores

imateriais.

O patrimônio imaterial não é apenas um paliativo, um substituto do construído.

Constitui-se em um forte elemento de demonstração e de afirmação da existência de

realidades sociais diversas. Segundo Jesus (2014), visa manter e preservar manifestações,

sobretudo do dito popular, ainda existentes na contemporaneidade. Busca problematizar as

questões sociais dentro dos museus e em suas exposições, representando e dando voz e luz

a diferentes grupos sociais, bem como evidenciando seus anseios e demandas. Isto é,

significa dizer que é o social presente no discurso expositivo dos museus.

A relevância da apropriação dos museus relativa ao campo do patrimônio imaterial é

aparentemente evidente, pois conforme Carvalho (2020), os espaços museológicos têm como

objeto o patrimônio – material e imaterial –, o qual retrata a identidade e a memória coletiva,

lida com o passado e com o presente e possibilita perspectivar o futuro. Outrossim, a mesma

autora também destaca que os museus se caracterizam por significarem espaços de

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