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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Museu do Círio: educação patrimonial e museal em Belém do Pará

Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações,

expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos,

artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os

grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante

de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite

de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e

grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua

história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo

assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

Para os fins da presente Convenção, será levado em conta apenas o patrimônio

cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos internacionais de

direitos humanos existentes e com os imperativos de respeito mútuo entre

comunidades, grupos e indivíduos, e do desenvolvimento sustentável

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

CULTURA, p. 4, 2003).

Esta convenção trouxe um novo conceito: patrimônio cultural imaterial, o qual deu

visibilidade para a necessidade de valorizar um patrimônio vivo, em constante adaptação,

que integra parte da identidade dos grupos e das comunidades, e é transmitido de geração

em geração. Acerca disso, Masoud, Mortazavi e Farsani (2019, p. 54) afirmam que […]

“intangible cultural heritage is transmitted from past generations to present and future

generations and is constantly recreated by communities and groups in response to their

environment, nature and history”.

Yamaguti (2018), vem destacar que o patrimônio cultural imaterial se configura em

uma construção social, histórica, cultural, temporal e contextual, assim como uma categoria

educativa voltada para a formação do cidadão, ao oportunizar o direito à cultura. A mesma

autora ressalta ainda que o campo do patrimônio implica em refletir e considerar os diferentes

agentes/atores que o constituem, seus múltiplos interesses e suas diferentes práticas e

dimensões.

Aikawa (2009) explica que o patrimônio imaterial é gerido por pessoas, daí a

importância dada à preservação das "comunidades", à transmissão ativa de suas práticas,

entendidas como meios eficazes de conservação, a tal ponto que se define como um legado

cultural vivo das comunidades. Melo e Cardozo (2015, p. 1063), ao pensarem acerca do

patrimônio na constituição do ser humano, afirmam que:

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