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História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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Ecomuseu da Amazônia: o patrimônio local da representatividade dos biomapas

O Biomapa não pode ser reduzido a uma estética figurativa, superficial, isto é, ele não

é unicamente um registro visual de alguns elementos “desenhados” sobre um suporte de

papel. Muito mais que isso, ele corresponde antes, a um resultado visual extraído de uma

iconografia simbólica vinculada aos elementos culturais, às tradições e à memória do espaço

ao qual propõe representar. Conceitos estes que a imagem, abstraindo-se do figurativo,

dificilmente torna possível ao espectador, ver ou contemplar.

A expressão, tal como a construção, tanto significa um ato quanto seu

resultado. Agora, estamos interessados no produto, no objeto expressivo que

nos diz alguma coisa. Quando esses dois sentidos são separados, o objeto é

visto isolado da operação que o produziu (DEWEY, 2010, p. 179).

Assim, para esse modelo empírico-cartográfico (produto), quando um “elemento” na

comunidade é ou passa a ser compreendido e identificado por um determinado grupo como

patrimônio local, sua representatividade como imagem no Biomapa, naturalmente irá abstrair

(para quem a observa pela primeira vez) sua carga simbólica, experimentada apenas por

aqueles que estão inseridos em seu contexto cultural. Ou seja, a imagem que não se vê, por

esse observador externo (representativa do patrimônio) é na verdade em seu aspecto

simbólico, o conhecimento, a história e a cultura do lugar em experiência e continuidade

nessas populações.

Assim, a ideia originária de se fazer um mapa tecido pelo movimentar do

tempo sobre a paisagem amazônica, ...significa, junto a essas atribuições,

integrar-se a unidade da vida nesses lugares, perceber sua precisão no que há

de melhor dito por aqueles que o vivem e o respiram. Faz-se necessário ouvir

suas necessidades, propor e participar de soluções. Deve-se consultar suas

memórias, rever suas histórias e ir à busca de seus vestígios. Deve-se escutar

o que sabem e observar como fazem. Aprender geografia narrada em tempo,

distância e direção (PACHECO, 2016, p. 12).

Nesta direção, o patrimônio comunitário apresentado no Biomapa é antes um

elemento simbólico correspondente à vida e a cultura do lugar, “é uma realidade dinâmica,

carregada de valores emocionais e ideais, isto é, de verdadeira vida” (CIRLOT, 2007, p. 7). Ou

seja, um elemento que “carrega” valores e tradições de natureza comunitária amazônica, e

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