História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus. Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

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10.08.2021 Views

Maria Terezinha R. Martins, Vinícius de Araújo PachecoA proposta do Ecomuseu é fazer com que esses grupos (populações) “tomem posse”de seus patrimônios adquirindo os elementos necessários para que possam geri-los embenefício próprio. E mais, que essas populações compreendam que, suas riquezas naturais,suas histórias e memórias, bem como seus saberes e fazeres sejam suas matérias-primas,seus aportes, a favor de seu próprio bem viver. Colocações ratificadas por (VARINE, 2012, p.185):O museu-território é a expressão do território, qualquer que seja a entidadeque toma a iniciativa e a autoridade que o controla: associação, mecenas,administração local, instituição científica, agência de desenvolvimento,programa de turismo cultural, etc. Seu objetivo é a valorização desse territórioe, sob esse ponto de vista, é realmente um instrumento do desenvolvimentoem primeiro grau.As ações do Ecomuseu da Amazônia são orientadas pelo que se chama de “Programade Capacitação”, estabelecido a partir de um diagnóstico acerca das fragilidades epotencialidades observadas e apontadas pela própria comunidade seja em nível social,econômico, político ou cultural. Para isso, sua equipe técnica se organiza em Eixos Temáticosque funcionam sob o signo da interdisciplinaridade: eixo cultura, meio ambiente, turismo debase comunitária e cidadania. Assim, seus projetos, ações e atividades integramconhecimento técnico-acadêmico e conhecimento empírico (experimental).Quanto ao tema em questão “Ecomuseu da Amazônia: o patrimônio local narepresentatividade dos biomapas”, é pertinente defini-lo simplesmente, como uma“experiência visual cartográfica representativa do patrimônio comunitário”, criado em meioàs ações e atividades de um Ecomuseu em território amazônico. É aceitável tambémcompreendê-lo, como um método desenvolvido para sistematizar e salvaguardar essepatrimônio, a cultura e a vida de populações que, de forma consciente ou inconsciente,mantêm viva suas tradições. Ou ainda, como um modelo de inventário visual (participativo)do patrimônio cultural amazônico.Assim, este artigo tratará especificamente do produto Biomapa, da experiênciatécnico-museológica e artística que o gerou e o definiu como um modelo de inventário visual280

Ecomuseu da Amazônia: o patrimônio local da representatividade dos biomapasexclusivo do programa Ecomuseu da Amazônia. Nesse processo, abordará também suasparticularidades estéticas (técnicas e expressivas), o conhecimento implícito em suavisualidade (simbólico/etnográfico), sua linguagem didática como portador dos saberes efazeres tradicionais amazônicos. E certamente, sua relevância como modelo de inventáriovisual do patrimônio comunitário aplicado ao turismo e ao desenvolvimento local, podendoser adotado por novas iniciativas da museologia social.Em suma, o Biomapa será discutido aqui como uma representação cartográfica dereferência visual do patrimônio comunitário em território amazônico. Além de que, a partirdo Biomapa é possível “ver” sob a densidade das matas, a paisagem cultural comunitária emsua extensão territorial, ao mesmo tempo em que nos orienta e possibilita sua acessibilidade.Esteticamente faz-se uma descrição acerca das imagens coletadas e produzidas emsua visualidade, bem como, uma reflexão referente à sua representatividade simbólicaenquanto elementos representativos da cultura local. Em nível estratégico, como umprograma vinculado a uma fundação (Funbosque), é factível disponibilizar informações eposterior divulgação, de estratégias e métodos com ênfase em ações e atividades educativasvoltadas à valorização, ao desenvolvimento local e consequentemente à qualidade de vida deseus moradores.DesenvolvimentoSobre uma experiênciaEstruturalmente, a ideia de museu é associada a um prédio, uma construção, umespaço cercado, delimitado. Ao contrário, a princípio, um ecomuseu não pode ser associadoa limites estruturais, a um espaço definido ou delimitado, mas sim, a um território que integra,por sua vez, patrimônios e comunidades e tendo como aporte o desenvolvimento local.Segundo Martins e Varine (2012, p. 39), “O Território se adapta estreitamente às própriascaracterísticas, terra firme ou ilha, urbana, periurbana ou rural”.281

Ecomuseu da Amazônia: o patrimônio local da representatividade dos biomapas

exclusivo do programa Ecomuseu da Amazônia. Nesse processo, abordará também suas

particularidades estéticas (técnicas e expressivas), o conhecimento implícito em sua

visualidade (simbólico/etnográfico), sua linguagem didática como portador dos saberes e

fazeres tradicionais amazônicos. E certamente, sua relevância como modelo de inventário

visual do patrimônio comunitário aplicado ao turismo e ao desenvolvimento local, podendo

ser adotado por novas iniciativas da museologia social.

Em suma, o Biomapa será discutido aqui como uma representação cartográfica de

referência visual do patrimônio comunitário em território amazônico. Além de que, a partir

do Biomapa é possível “ver” sob a densidade das matas, a paisagem cultural comunitária em

sua extensão territorial, ao mesmo tempo em que nos orienta e possibilita sua acessibilidade.

Esteticamente faz-se uma descrição acerca das imagens coletadas e produzidas em

sua visualidade, bem como, uma reflexão referente à sua representatividade simbólica

enquanto elementos representativos da cultura local. Em nível estratégico, como um

programa vinculado a uma fundação (Funbosque), é factível disponibilizar informações e

posterior divulgação, de estratégias e métodos com ênfase em ações e atividades educativas

voltadas à valorização, ao desenvolvimento local e consequentemente à qualidade de vida de

seus moradores.

Desenvolvimento

Sobre uma experiência

Estruturalmente, a ideia de museu é associada a um prédio, uma construção, um

espaço cercado, delimitado. Ao contrário, a princípio, um ecomuseu não pode ser associado

a limites estruturais, a um espaço definido ou delimitado, mas sim, a um território que integra,

por sua vez, patrimônios e comunidades e tendo como aporte o desenvolvimento local.

Segundo Martins e Varine (2012, p. 39), “O Território se adapta estreitamente às próprias

características, terra firme ou ilha, urbana, periurbana ou rural”.

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