10.08.2021 Views

História, Arqueologia e Educação Museal: Patrimônio e Memórias

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

Organizadores: José Petrucio de Farias Junior / Ligia Terezinha Lopes Simonian / Ana Cristina Rocha Silva / Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Dayse Marinho Martins

Essenburg (2019 p. 104) afirma que “a arquitetura, a paisagem, os documentos e sítios

arqueológicos, a gastronomia e várias expressões artísticas passaram a ser legitimadas e

prestigiadas por vários âmbitos do organismo social, seja nacional ou internacional”. Tal

posicionamento considera que “a memória contém incomensuráveis potencialidades,

trazendo consigo a forte marca dos elementos fundadores, os elos que conformam as

identidades e as relações de poder” (DELGADO, 2003, p. 18).

Ferreira (2000) ressalta que ao se explorarem as relações entre memória e patrimônio,

coloca-se em evidência a construção dos sujeitos sociais e de sua própria identidade. Nesse

sentido, surgem organismos internacionais de regulação e tutela para salvaguarda de bens

patrimoniais:

A elaboração das diretrizes e critérios de prioridade para salvaguardar o

patrimônio cultural ficou à cargo da Unesco. Diante desta intervenção mundial,

é natural que uma nova interpretação acerca de bem cultural começou a ser

utilizado em todos os foros mundiais já nos anos de 1950, exatamente no

momento em que a Convenção de Haia apresenta a definição de patrimônio

cultural, compreendendo monumentos da arquitetura, os sítios arqueológicos,

além dos elementos obtidos do passado com valor seja cultural, artístico ou

histórico. Esses passam, assim, a serem os bens representativos da cultura de

uma sociedade (ESSENBURG, 2019, p. 16).

Assim, no âmbito da contemporaneidade, os bens culturais passam a ser percebidos

não pelo valor comercial, mas pelo simbolismo quanto à cultura humana. Daí a necessidade

de se atribuir importância ao patrimônio cultural considerando-o imbricado na

intersubjetividade, ou seja, na relação que se estabelece com a sociedade sua maneira de se

perceber e entender o mundo.

No âmbito das práticas pedagógicas que permeiam o ensino de história na

contextualização do currículo com foco na educação patrimonial destaca-se o intercâmbio

com os museus. Nessa perspectiva, cabe evidenciar que os documentos e vestígios materiais

dos museus são permeados pelo caráter oficial, sendo sistematizados por iniciativas

governamentais o que suscita a necessidade de problematização na prática de ensinoaprendizagem

com organização de discussões acerca de como o discurso é tratado.

246

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!